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DEPECHE MODE - HISTORY - PART III
O Depeche Mode em 90: Violando as expectativas
Após os inúmeros sucessos e mega-turnês que fizeram do Depeche Mode uma das
maiores e mais importantes bandas do cenário pop eletrônico mundial, eis que em 90 concebem
um dos mais aclamados álbuns de sua carreira, Violator.
"Personal Jesus", primeiro single alcança o 25º posto da parada
inglesa na primeira semana, fato inédito até então. Nos Estados Unidos chegou rápido às primeiras
colocações vendendo milhões de cópias e rendendo o disco de ouro. "Enjoy the Silence"
estoura nos quatro cantos do planeta, inclusive no Brasil, lota as pistas de dança e vários
remixes brotam a partir desta faixa (e até hoje é pista cheia). "Policy of Truth" também obtém um
relativo sucesso por aqui. Violator trata-se da síntese de todos os álbuns anteriores, mas desta vez
mais solto e bem pop, tendo a eletrônica como expoente máximo.
Mas as coisas passariam a mudar a partir de então. David Gahan se separa de
sua primeira esposa, deixando o filho de cinco anos para ir morar em Los Angeles, nos Estados Unidos.
Lá ele entra em profunda depressão e cai de cabeça no consumo de drogas pesadas como a heroína.
Chegou ao ponto de ser levado às pressas para um hospital vítima de uma overdose e ficou durante
dois minutos em coma, quase morto. Martin também enfrentaria um momento muito difícil e passa a
fazer uso cada vez mais freqüente de álcool. Lança então um EP sob o título de Counterfeit
regravando sucessos dos 80 como "Compulsion" de Joe Crow entre outras. Andrew passa a se dedicar
aos negócios pessoais como gerenciar um restaurante em Londres e Alan se tranca no estúdio para
produzir artistas do selo Mute Records como Nitzer Ebb e dar seqüência ao seu projeto solo, Recoil
(a qual se dedica integralmente hoje).
Tudo indicava que estava decretado o fim de uma das maiores e mais influentes
bandas do cenário pop eletrônico quando David Gahan decide dar uma guinada na sua vida. Fortemente
influenciado pelo rock alternativo americano, como o Jane's Addiction, casa-se novamente nos EUA e
deixa os cabelos crescerem e as tatuagens se multiplicarem. Nasce a filha de Martin Gore, o que lhe
dá novas esperanças e decidem levar o Depeche Mode adiante. Chamam Andrew e Alan e iniciam seus
trabalhos, convidam músicos de fora e passam a trabalhar de maneira antes nunca feita na forma
de se conceber seus discos.
Em 93 lançam o compacto "I Feel You", onde vemos um Depeche Mode utilizando
instrumentos acústicos e com uma sonoridade mais voltada para o "rock", deixando todos os seus fans
de cabelos em pé. Apesar de causar certo incômodo, esta música chegou ao quinto lugar na parada da
Billboard, sendo que durante duas semanas seguidas ocupou o primeiro lugar. Fez também um relativo
sucesso por aqui, juntamente com outra faixa, "Walking in my Shoes".
Em 93: Martin, Alan, Andrew e David (de cabelos longos).
Neste mesmo ano lançam o álbum Songs of Faith and Devotion (SOFAD), como o próprio
nome diz, trata-se de um trabalho com uma grande conotação religiosa e ao mesmo tempo sexual.
Surgem novas músicas de sucesso como "In Your Room" e a angustiante "Comndenation", descrevem bem o
que foram os anos turbulentos para o grupo. Nos shows, David expressa-se de maneira a encaixar para
sí as letras num misto de sofrimento e redenção, Martin desfila acordes de guitarras que dão o clima
denso para as músicas, Alan que já havia praticado e pesquisado percussão e world music, passa a ser
o baterista e Andrew coloca os timbres e efeitos eletrônicos. Também acompanham a banda uma dupla de
cantoras gospel, que levam para as apresentações ao vivo, assim como músicos convidados. Partem
então para uma turnê mundial, a Devotional Tour, passando inclusive pelos países da América do Sul
como Argentina e, para alegria e desespero dos fans, tocam no Brasil, em 94 durante uma parte da
turnê chamada Exotic Tour.
Fazem parte do espetáculo efeitos e filmagens concebidas por Anton Corbijn,
responsável pelos vídeos e todo o aparato visual da banda desde 86. Após a exaustiva turnê, em 95,
o Depeche Mode resolve dar uma parada para descanso e acontece algo que afetaria os novos rumos do
grupo, Alan Wilder decide deixar o DM e partir para os seus próprios projetos musicais, como
produtor de outros grupos e dar total atenção ao seu Recoil...
...continua.
Marcelo P@stel