Os Loto surgem em 1998 em Alcobaça
em Portugal. Tinham então 17 anos de idade e o sonho, se inicialmente
díficil, começou a ganhar contornos quando, ao fim de 4
concertos, a entrega de uma K7 a uma pessoa com um sotaque do norte os
leva a tocar no palco secundário do Festival Paredes de Coura de
1999.
"Swinging on a Star" é finalizado em Março
de 2002, porém, já em Dezembro de 2001, este mesmo EP era
considerado como o 2º melhor do ano pelo DN+ e recebia críticas
bastante favoráveis no Blitz, Rocksound e Y. O plano inicial dos
Loto estava então em marcha e os 200 milhões de discos começavam
com uma edição de 1000 discos.
Parecia um sonho, uma quimera, mas em apenas 6 meses a edição
esgotava, fazendo de "Good Feeling" um dos hits radiofónicos
de 2002. Foram então convidados para fazerem parte da colectânea
Pop Up Songs 2002, tocando nesse mesmo ano em festivais de renome como
Vilar de Mouros, Tejo ou Litoral Oeste.
A banda começa o ano de 2003 fazendo a primeira parte dos belgas Zita Swoon no Paradise Garage. Foi o mais próximo de Deus que os Loto alguma vez estiveram... A palavra da Madbaça continuava então a espalhar-se e os sinais eram mais que evidentes: Swoon, Paradise, Deus, estava o dia cada vez mais próximo!
Com o final de 2003 e mais de 40 concertos tocados, salientando-se a presença
no Festival Sudoeste, Rock Feira, em diversas Queimas das Fitas, a participação
na colectânea Frágil XXI com o tema single da mesma,
The Boy, e presenças em programas televisivos na Sic Radical,
RTP1 e NTV, os Loto decidem iniciar as gravações de um primeiro
álbum. É contactado Armando Teixeira para produtor, ex-Da
Weasel, Balla, Bulllet, Bizarra Locomotiva. Foram adiantados nomes como
New Order, Human League, ABC, Primal Scream,
Air, Beck como referências.
11 temas compõem este The Club: Back to Discos, The Boy, My Guitar, The Club, Units, Disco Exotica, So Happy Together, A Cloud, Celebration (Celebrate Baby!) e Shores. A masterização esteve a cargo de Nilesh Patel, habitual colaborador de nomes como Air, Daft Punk, Peaches ou Mirways. A distribuição está a cargo da Universal Music.
A dia 15 de Março de 2004 sai um álbum recheado de ritmos
fortes, batidas dançantes que prometem tornar qualquer lugar numa
autêntica pista de dança. Será mais que um álbum,
será o primeiro manual da madbaça, o desvendar de um movimento
de novas bandas, novas pessoas que renegam, afastam, impedem o pessimismo
que assola Portugal de tomar conta das pessoas. A música é
para divertir, distrair e dançar e é sobre estes 3 d's que
os Loto baseiam a sua missão...
Espera-se um ano de glória para os Loto, ou talvez não...
esperam-se entradas, saídas, reentradas nos top’s, ou talvez não...
espera-se a ascensão da banda a uma espécie de objecto religioso
de culto que provoque histeria massificada, ou talvez não...O melhor
é esperar para ver, ficam os sonhos, o The Club, a madbaça,
com a certeza de que os Loto, não sendo o Messias da nova música
portuguesa, podem muito bem ser aqueles três tipos estranhos que
o acompanham na longa caminhada da pregação dos 3 d's: divertir,
distrair e dançar... . Eles vão andar por aí não
os esperem é de túnica branca.
Este é seguramente um disco obrigatório e incontornável não só para todos quantos gostam e se identificam com aquela musica inconfundível e característica da grande década da música, mas também para todos são apreciadores de boa música.
Neste momento existem dois tipos de pessoas. Aquelas que já ouviram
e se deixaram contagiar pelo som hipnótico e dançante dos
Loto, e aquelas outras que ainda permanecem no "Dark Side of the
Moon" esperando melhores dias.
Agostinho Spinola - Portugal |