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Por onde anda o Alphaville?

 

Nascida em Münster, na antiga Alemanha ocidental, em 1982, o Alphaville é uma das bandas pioneiras do New Romantic europeu. Declaradamente filha de Kraftwerk e Bowie, uniu a música experimental dos pais da eletrônica com o visual futurista e elaborado do camaleão Bowie.

A história formação da banda, para quem adora sintetizadores como nós, é muito interessante. Em uma entrevista de 1998, Bernhard Lloyd fala que: "Pela primeira vez era possível tocar mais de uma nota ao mesmo tempo, pois o sintetizador não era monofônico como os instrumentos anteriores. Finalmente, acordes completos. E acordes realmente sensacionais. Dó maior, sol maior, lá menor... maravilhoso. Nós estávamos emocionados!", contando suas primeiras aventuras pelo mundo dos sintetizadores ao lado de Frank Mertens. Depois que os dois produziram algumas músicas, perceberam que algo estava faltando e chamaram Marian Gold, que tocava em outra banda. Marian topou na mesma hora e já no primeiro encontro pediu um pedaço de papel e uma caneta e depois de oito acordes de uma música começou a cantar: "Let's dance in style, let's dance for a while..." e eles tiveram certeza de que algo realmente especial acabava de ser criado.

Em seguida fizeram seu primeiro show, criaram o "Nelson Project" que era um grupo de artistas (músicos, pintores e afins) que viviam juntos, criavam juntos, e eram sustentados por um só deles que realmente ganhava algum dinheiro. O show foi um sucesso e logo conseguiram um contrato com uma gravadora. Mesmo assim, continuaram a fazer o que faziam antes de lançar o primeiro single, Big in Japan. Engraçado mesmo é ouvir que Marian Gold ficou sabendo que Big in Japan estava no topo das paradas enquanto descascava batatas em um restaurante onde trabalhava como ajudante de cozinha.

Logo depois do lançamento do primeiro álbum, Frank Mertens incomodado com o sucesso do Alphaville, deixa a banda e segue carreira com o grupo The Lonely Boys.

Foi substituido por Ricky Echolette, ex-Chinchilla Green, que compôs boa parte do segundo álbum da banda, Afternoons in Utopia, e infelizmente introduziu a guitarra nas músicas do Alphaville. Mesmo assim, é um álbum conceitual, com músicas integradas e um pouco do filme Alphaville de Jean Luc Godard já aparece nas faixas, onde a história cotidiana dos cidadãos da futurista Alphaville é contada com muita criatividade e tecnologia. Já o terceiro álbum, embora trazendo várias inovações, um apelo audiovisual maior, novas tecnologias, não agrada aos fãs. A banda faz uma pausa e nessa pausa, Marian Gold lança seu álbum solo "So Long Celeste", Bernhard Lloyd remixa os maiores sucessos e lança a primeira coletânea da banda: The First Harvest. Já em 1993 lançam o álbum Prostitute. Depois disso, Ricky Echolette deixa a banda e vai morar no sul da França com a família.

O próximo álbum é o Salvation, já mais com a cara do Alphaville. Fazem uma turnê mundial vindo ao Brasil em 1999. Aqui lançam a coletânea Visions of Dreamscapes, um resumo da Dreamscapes que é uma coleção de oito CDs com todas as demos, versões ao vivo, músicas que não saíram em álbuns, versões alternativas, remixes, enfim, um verdadeiro tesouro para todos os fãs do Alphaville. Todos os que conseguiram comprá-la, pois foi lançada uma tiragem limitada. Para a maioria de nós, porém, era impossível importá-la. o álbum "We Heard the Call" com músicas do Alphaville nas versões dos fãs. Já em 1993 a banda mostrava o estreito relacionamento com os fãs, ao lançar em fita-cassete a "History", uma coletânea de raridades somente vendida para o seu fã-clube.

Hoje, quem quiser bater um papo com Marian Gold, é só entrar na lista oficial do Alphaville do Yahoo Groups ( alphaville-subscribe@yahoogroups.com )

Em 2003 Bernhard Lloyd oficializa sua saída da banda, ficando somente Marian Gold da formação original, juntamente com David Goodes, Martin Lister e Pierson Grange.

Frank Mertens tem um projeto de música, pintura, poesia e escultura que pode ser visitado on line em www.maelstrom.de e Bernhard Lloyd continua no seu projeto de música virtual Atlantic Popes, www.atlanticpopes.de.

A banda continua na ativa, produzindo bastante mas fazendo poucos shows. Neste ano devem ter sido apenas uns 10 ou 12, somente na Alemanha e países vizinhos. Os próximos serão em Belgrado, 12 de novembro, e em 8 de dezembro em Latvia, esse um festival com Jimmy Sommerville, Zodiac, entre outros.

De presente aos 20 anos da banda ganhamos o relançamento da Dreamscapes (Dreamscapes Revisited) que pode ser adquirida através do site oficial da banda: www.alphaville.de.

Para finalizar, um pouco mais sobre os integrantes do futurista e sensacional Alphaville, os New Romantics da Alemanha!


Marian Gold
Vocais
Nome real: Hartwig Schierbaum
Nascido em Herford, dia 26/05/1954
Lançou dois álbuns solo: So Long Celeste em 1992 e United em 1996
Continua na banda até hoje


Bernhard Lloyd
Sintetizadores, computadores, mixers e afins
Nome real: Bernhard Gößling
Nascido em Enger, dia 02/02/1960
Remixou a maior parte das músicas da Dreamscapes e do Alphaville
Projeto atual: AtlanticPopes
Saiu do Alphaville em 2003


Frank Mertens
Teclado
Nome real: Frank Sorgatz
Nascido em Enger, dia 26/10/1961
Saiu do Alphaville em 1984
Formou o Lonely Boys com Matine e Felix Lille
Projeto Atual: Maelstrom


Ricky Echolette
Diversos instrumentos
Nome real: Wolfgang Neuhaus (O "Echolette" era um velho modelo de microfone)
Nasceu em Colônia, dia 06/08/1960
No Alphaville entre 1985 e 1997


Cristiane Maggio
31/10/2006