A espera foi longa e, quase 15 anos depois do último
disco que compuseram juntos, Curt Smith se reúne à Roland
Orzabal para reviver o Tears for Fears. A dupla retoma o ponto onde
haviam parado, evidenciando a máxima influência dos Beatles
e demonstrando que a parceria que marcou a história da música
pop nos anos 80 voltou para ficar.
A dupla retorna corajosamente, lançando o pomposo
Everybody Loves a Happy Ending, para o qual se prepararam impecavelmente
durante três anos. Pode-se afirmar que este novo álbum
é o sucessor natural de The Seeds of Love, num trabalho que expressa
uma nostalgia sempre atual e reverenciada, através da atmosfera
atemporal que é bastante perceptível no novo CD.
Ao ouvirmos “Everybody Loves A Happy Ending”, confirmamos
que o TFF não se reuniu às pressas para realizar este
trabalho. É um álbum que até pode passar despercebido
nas primeiras audições mas, ouvido com mais atenção,
nos certificamos que o TFF permanece compondo canções
pop com aguçada sensibilidade, riqueza de detalhes e apelo adulto.
A psicodelia, característica bastante marcante nas composições
da dupla, neste álbum é expressada de maneira mais floral
e menos alucinógena.
É um álbum que veio para afirmar que a
dupla não merece ficar apenas presente nas rádios que
se dedicam à flashbacks e que Orzabal e Smith são sofisticados
na medida certa. É uma prazerosa surpresa de uma história
que ainda não teve seu fim e cujo próximo capítulo
aguardamos ansiosamente para breve. Rumores afirmam que em alguma misteriosa
data em 2007, será lançada um nova coletânea da
dupla, trazendo até algum material inédito.
Malú Ignacio
21/11/2006