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    Música Urbana  | 
  
Contra todos e contra ninguém
    O vento quase sempre nunca tanto diz
    Estou so esperando o que vai acontecer
Tenho pedras nos sapatos
    Onde os carros estão estacionados
    Andando por ruas quase escuras
    Os carros passam
As ruas tem cheiro de gasolina e óleo diesel
    Por toda a plataforma, toda plataforma, toda plataforma
    Você não vê a torre
Tudo errado mas tudo bem
    Tudo quase sempre como eu sempre quis
    Sai da minha frente que agora eu quero ver
Não me importam os seus atos
    Eu não sou mais um desesperado
    Se ando por ruas quase escuras
    As ruas passam
    
    
  
Dentro do cinema minha paixão é um problema
    Dentro do cinema o lanterninha também
    Não tem pena de você
Será que ele já amou alguém
    Eu não sei
Você fala de migalhas
    Coisas tolas e pequenas
    Diz que gosta de cinema e odeia o teatro
    E acha os homens chatos
Será que ela já amou alguém
    Eu não sei
Amar você é sempre o mesmo ritual
    Meu Deus, é uma necessidade vital
    
    
  
Papai morreu
    Mamãe também
    Estou sozinho
    Não tenho ninguém
Esta vida me maltrata
    Estou virando psicopata
Quebrei as janelas
    Da minha casa
    Rasguei a roupa
    Da empregada
    Esta vida me maltrata
    Estou virando psicopata
Quero soltar bombas no Congresso
    Eu fumo Hollywood para o meu sucesso
    Sempre assisto a rede Globo
    Com uma arma na mão
    Se aparece o Francisco Cuoco
    Adeus televisão
    
    
  
Não pense que eu me importei
    Por isso mesmo eu deixei
    Acabar com tudo de uma vez
    Pois entre nós só havia indiferença
Momentos cada vez mais frios
    E você acha tudo normal
    E agora eu nem sei
    Mais uma vez acaba tudo mal
Quem sabe algum dia
    Vamos entender o que passou
    Descobrir quem foi que errou
    
    
  
Você fala, você fala
    Eu simulo interesse
    Tenho mil estratégias de médio alcance
Só preciso de você quando eu me sinto indefeso
    Eu sei bem que existe um limite
    Mas você insiste, você persiste
Você acha que tem tudo
    sob controle
Você fala, você fala
    Mas sei bem a quem pertenço
    Está escrito nos meus olhos
    Olhe mais de perto
Você fala, você fala
    Nós buscamos outros caminhos
    E acabamos sempre no mesmo lugar
Você jogou só pra ganhar
    Mas suas idéias se perderam no ar
    Eu sei bem que existe um limite
    Mas você insiste, você persiste
    
    
  
Cuidado pessoal, lá vem vindo a veraneio
    Toda pintada de preto, branco, cinza e vermelho
    Com números do lado, e dentro dois ou três tarados
    Assassinos armados e uniformizados
    Veraneio Vascaína vem dobrando a esquina
Porque pobre quando nasce com instinto assassino
    Sabe o que vai ser quando crescer desde menino
    Ladrão para roubar ou marginal para matar
    "Papai, eu quero ser policial quando eu crescer"
Se eles vêm com fogo em cima é melhor sair da frente
    tanto faz, ninguém se importa se você é inocente
    Com uma arma na mão eu boto fogo no país
    E não vai ter problema,eu sei, estou do lado da lei
    
    
  
Nas mãos não escondo nada
    Meus bolsos estão vazios
    Meus impulsos são controlados
    Mas meus hábitos são obsessivos
    As mãos que me tocam são geladas
    As conversas que eu tenho são decoração
Parece que não há alternativa
    Nessa vida de beco sem saída
    Parece que não há alternativa
    Preciso de uma forma mais ativa
Os dias passam
    E nós estamos tão acostumados
    A nos ver assim
    Que já não nos interessa
Há anos preso nesse labirinto
    Eu só conto com os meus instintos
    Se eu não pensar em me acomodar
    Talvez consiga me saciar
    Pois já gritei aos céus e já sussurrei ao mar
    Só vou depor minhas armas
    Por alguém que valha a pena lutar
    
    
  
Fui enganado quando eu te conheci
    Você disse que era simples e eu acreditei
    Qualquer coisa te agradava
    Agora eu me sinto meio amarrado
    Assim não posso fazer nada
    Eu preciso ganhar tempo
    Eu só preciso ganhar tempo
Parecia tudo certo
    Tudo que eu queria
    Estava tão perto de acontecer
O tempo passa e você sabe o que ele faz
    Tudo fica para trás
    E você pediu demais
    Você disse que detestava
    Minhas roupas e meus discos
    Mas mesmo assim eu estou quase certo
    Que eu faria tudo de novo
    Eu faria tudo de novo
    
    
  
Não há muita semelhança
    Entre o que você deseja
    E aquilo que você alcança
    Você acredita em algo maior
    Alguma espécie de sentimento menor
Mas cavalheiros não se envolvem
    É aí que está o perigo
    Há tantas coisas que vejo nas ruas
    E faço que não ligo
É claro que no fundo
    Deste lado do mundo
    Continua como sempre foi
Há tantas coisas em que acredito
    E nem sempre sigo
    Mas acredite no que digo
    Pior do que preconceito e leis
    É alegar a igualdade
    Por que nada se fez
    É um engano acreditar
    Que a abolição acabaria com a segregação
Se você se impressiona com Soweto
    Experimente conhecer também os guetos daqui
    
    
  
Vocês esperam uma intervenção divina
    Mas não sabem que o tempo agora está contra vocês
    Vocês se perdem no meio de tanto medo
    De não conseguir dinheiro pra comprar sem se vender
    E vocês armam seus esquemas ilusórios
    Continuam só fingindo que o mundo ninguém fez
    Mas acontece que tudo tem começo
    E se começa um dia acaba, eu tenho pena de vocês
E as ameaças de ataque nuclear
    Bombas de nêutrons não foi Deus quem fez
    Alguém,alguém um dia vai se vingar
    Vocês são vermes, pensam que são reis
    Não quero ser como vocês
    Eu não preciso mais
    Eu já sei o que eu tenho que saber
    E agora tanto faz
Três crianças sem dinheiro e sem moral
    Não ouviram a voz suave que era uma lágrima
    E se esqueceram de avisar pra todo mundo
    Ela talvez tivesse um nome e era Fátima
    E de repente o vinho virou água
    E a ferida não cicatrizou
    E o limpo se sujou
    E no terceiro dia ninguém ressuscitou