House remix, apesar do título explicar o conteúdo,
esse álbum fez bastante barulho na época de seu lançamento
já no finzinho dos anos 80 e merece entrar para a galeria "Coletâneas".
Basta lembrar que a vida de DJ não era nada fácil: sem
internet, MP3 e todas as facilidades de divulgação que
temos hoje, apenas quem pilotava pickups em casas noturnas muito badaladas
tinha acesso à versões 12" dos hits do momento. A
outra alternativa, um pouco mais dolorosa, era ir até lojas de
importados nas galerias de São Paulo e comprar a peso de ouro
cada novo single. Se você se quer era DJ, então o jeito
era mesmo se contentar com uma gravação da rádio.
Hard times : )
Nessa época as rádios estavam quase à
beira de um ataque de nervos, tamanha a ansiedade sobre qual seria a
nova "onda" e por pouco o Brasil não embarcou na Newbeat
que para variar já chegava atrasada. Eis que atropelando tudo
e com uma estrutura pra lá de sedimentada no exterior, chega
por terras Brasilis a House Music. Esse álbum foi mais do que
tocado, e podemos dizer que uma boa parte de qualquer festa sempre estava
a salvo se o DJ tivesse esse disco na ponta da agulha. Vamos às
pérolas:
Kon
Kan : I Beg your Pardon
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FICHA
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"House
Remix Internacional"
Data de Lançamento: 1989
06 faixas
Faixa a Faixa:
01- I Beg Your Pardon - Kon Kan
02- Strangelove - Depeche Mode
03- A Little Respect - Erasure
04- Like a Child - Noel
05- Yo No Se - Pajama Party
06- That's The Way Love Is - Ten City
Gravadora: WEA (Brasil)
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O nome dessa banda é bem curioso, vem de CAN
CON (Canadian Content) uma lei que obriga às rádios canadenses
a tocarem no mínimo 30% de música nacional. O duo Barry
Harris e Kevin Wynne não durou muito, no começo dos anos
90 eles tomaram rumos diferentes e o único que continuou a dar
seus pulinhos musicais foi Harris que chegou a gravar até um
álbum solo. Hit de pista até hoje, é mais uma naquele
esquema: não há quem não tenha dançado,
cantado ou no mínimo escutado.
Depeche Mode : Strange Love
Single arrasador, em um remix pra lá de dançante. Escancarou
de vez as portas para o Depeche no Brasil que já possuía
uma considerável legião de fãs. Apesar do Depeche
não ser uma banda de "House" no sentido mais "Warehouse"*
da palavra, essa música estourou no momento certo e quem ouvia
nas rádios não fazia muita questão de diferenciar
estilos.
* Warehouse foi uma casa noturna de Illinois/Chicago que deu origem
ao termo "House".
Erasure: A Little Respect
Para os desavisados, a dupla Vince Clark e Andy Bell já estavam
no seu terceiro álbum quando esta música
estourou nas rádios. Com um pouquinho a mais de história,
vale lembrar que Vince Clark foi fundador do Depeche Mode (também
presente na coletãnea) e fazia par com Alison Moyet no Yazoo.
A Little Respect ficou semanas no top das rádios e quem tinha
essa versão 12" literalmente fazia a festa.
Noel: Like a Child
Hit dos hits da "era" House. Mais tarde inserido num movimento
chamado "freestyle", Noel era obrigatório em qualquer
festa house, e era bem comum ouvir ao menos 3 hits na mesma noite. Apesar
de Silent Morning ter feito sucesso primeiro, Like a Child aproveitou
o vácuo do sucesso anterior e não deixou a bola quicar
no chão, manteve Noel nas programações das rádios
por um looooongo tempo.
Pajama Party: Yo no Se
Com um nome sugestivo destes era de se esperar que as 3 meninas do Pajama
Party fossem fazer um bom sucesso por aqui. House music de primeira
com batida perfeita para fazer qualquer mixagem. Vale cada minuto dessa
versão 12".
Ten City: That's The Way Love Is
A menos conhecida da coletânea, mas no fiel estilo House Music.
Depois desse álbum, uma centena de outros vieram , mas no estilo
12" vale lembrar que esse foi pioneiro por reunir de uma só
vez os melhores hits das pistas nessas versões exclusivas, e
o melhor de tudo, acessível aos mortais em qualquer loja de discos.
Dê uma fuçada na sua coleção de vinis, e
se encontrar este por lá, pode guardar com carinho que este disco
fez história.
Enjoy : )
Gabriel Front