"Antes
eu era um título de um filme, agora sou a estrela do filme!".
Esse é o gato mais charmoso e absurdamente divertido que já
passou pela TV. Com seu jeito aristocrático - e um tanto inglês
- de andar e segurar uma piteira (nos episódios mais antigos),
a Pantera Cor-de-Rosa sempre conseguia transformar coisas simples em situações
engraçadíssimas.
A Pantera começou a carreira na telona: para muitas crianças
e adultos com bom senso de humor, os créditos iniciais era uma
dos momentos mais esperados dos filmes de Blake Edwards. "A Pantera
Cor-de-Rosa", dirigido por ele, é segundo filme da série
de histórias do Inspetor Clouseau, um desastrado policial interpretado
por Peter Sellers.
A pantera em questão é o maior diamante do mundo, que é
roubado por um misterioso ladrão de jóias. O Inspetor passa
o filme inteiro atrás da jóia e do tal gatuno - que, descobriríamos
mais tarde, estava bem embaixo de seu (grande) nariz. Já a Pantera
que conhecemos é o personagem criado por David DePatie e Friz Freeleng
para apresentar o filme. A vinheta que aparece nos créditos iniciais
é uma paródia da história: o Inspetor Clouseau (um
homem baixote com um nariz quase do tamanho do corpo, muito parecido com
Sellers) aparece perseguindo a Pantera, que consegue escapar dos jeitos
mais esdrúxulos e engraçados.
Com o sucesso da vinheta, ela foi promovida a estrela. O episódio-piloto,
"The Pink Phink", lançado em 1964, foi o primeiro desenho
animado a ganhar um Oscar. Em 1969, a Pantera Cor-de-Rosa ganhou seu próximo
show na TV. Quando não é o próprio Clouseau que está
em cena aturando as maluquices nonsense da Pantera, é um sujeito
muito parecido: um homenzinho narigudo, que faz vários pápeis,
dependendo da história.
Amigos e legado
O
show logo ganhou outros desenhos, com novos personagens: "A formiga
e o Tamanduá", "Tijuana Toads" (dois sapos mexicanos)
e "Mr. Jaws and Cat Fish" (um tubarão e um peixe). Os
mesmos criadores, o mesmo traço no desenho, mas... não era
a Pantera, e a gente ficava esperando esses desenhos passarem logo para
vê-la de novo. O Inspetor Clouseau também ganhou seus próprios
episódios: em "The Inspector", ele investiga mistérios
acompanhado de seu braço direito, o sargento DeuDeux.
Em 1984, foi lançada uma nova temporada de
desenhos da Pantera - no Brasil, "Os Filhos da Pantera Cor-de-Rosa"
- em que ela tinha dois filhos: Pinky e Panky. Em alguns episódios,
apareciam também outras panteras coloridas, que ajudavam a protagonista
em suas confusões.
Em 1993 surgiram novos desenhos, e... (O QUÊ?!!)
a Pantera mostrou a voz! Apesar de já ter falado em dois episódios
das antigas temporadas, foi uma mudança polêmica: assim como
o Garfield, a Pantera não falava! E, diferente do gato laranja
preguiçoso, ela nem mesmo se comunicava por pensamento; somente
por gestos, balões desenhados e caras e bocas. E se comunicava
muito bem, por sinal. Resultado: muitos fãs decepcionados.
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Grande parte da graça do desenho
estava aí: no humor sem palavras. Como nos filmes mudos, a Pantera
conseguia fazer rir só com as situações absurdas.
E pensa que é fácil? Quantos desenhos conseguem se manter
sem fala? Para ajudar, o desenho tem uma ótima trilha sonora, quase
tão famosa quanto o personagem (tem até em toque de celular!).
A famosa musiquinha vem da vinheta para o filme, e foi criada pelo gênio
Henry Mancini, ganhador de quatro oscars e 20 grammys.
Episódio: "Dial P for Pink"
Um
dos primeiros episódios, o título "Dial P for Pink"
("disque P para Cor-de-Rosa") é uma alusão ao
clássico de Hitchcock. A história pode ser contada em nove
palavras: um ladrão quer arrombar um cofre e não consegue.
E a graça? Ahá! Acontece que esse não é um
cofre comum: a Pantera Cor-de-Rosa está dentro dele. Mas o bandido
não sabe disso e não descobre até o final.
Quando ele tenta descobrir a combinação, a Pantera sai e
bate a porta na cara dele. Quando ele sobe em cima dele, a Pantera abre
uma portinha em cima do cofre e o ladrão cai pela janela. Quando
ele tenta subir de novo, a Pantera abre de novo a portinha e... POF! ele
cai de novo.
Quando ele perfura o cofre e joga uma dinamite lá dentro, a Pantera
joga de volta para fora. Ele joga lá dentro, a Pantera joga de
volta. Pra dentro, pra fora, pra dentro pra fora... ARRRGH! Ele coloca
a dinamite lá dentro e fecha o buraco com uma rolha. A Pantera,
com uma cara tranquiiiila, sai pela parte de cima do cofre com a dinamite
na mão. Ela anda calmamente até o ladrão, que está
de costas, e coloca o explosivo nas calças dele. BUM! Ele fica
todo chamuscado, e faz aquela cara de quem não entendeu nada.
Elisa Volpato
ps. Se você faz parte da minoria
que gosta da Pantera falante, pode
falar! |
FICHA
A Pantera Cor-de-Rosa
Título original: The Pink Panther
Estados Unidos, 1964 - 1993
Produzido por: David DePatie e Friz Freeleng
Nas muitas temporadas, foram ao todo 162 episódios, todos
com PINK no nome.
Origem:
Vinheta de apresentação do filme "A Pantera Cor-de-Rosa",
de Blake Edwards. O episódio-piloto foi lançado em
1964 e foi o primeiro desenho animado a ganhar um Oscar. |
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