Entramos em 2018 e, apesar de terem rolado muitas águas no mundo da Sétima Arte desde 1988, algumas das produções realizadas há três décadas atrás possuem, até hoje, um lugar garantido no nosso imaginário e no nosso coração de cinéfilos. Foi um ano excelente para o cinema e, em comemoração aos trinta anos dessas obras, relembraremos de alguma delas. Para quem as assistiu, certamente valerá muito à pena revê-las e, para quem não as conhece ainda, sem dúvida são uma ótima dica.
RAIN MAN - Quem não se lembra do Dustin Hoffman dando vida ao irmão autista do vazio e egocêntrico personagem vivido por um ainda jovem Tom Cruise em “Rain Man”? A comovente história desse filme, dirigido por Barry Levinson, é uma daquelas que se gravam na nossa memoria. O drama narra a jornada de um vendedor de carros de luxo que, ao ter problemas ao receber a herança de seu pai, surpreende-se ao descobrir que tem um irmão confinado numa casa de repouso devido ao seus entraves sociais impostos pelo autismo. Inicialmente tenta tirar proveito e manipular seu recém-descoberto irmão, mas como é bela e surpreendente, no decorrer do filme, a maneira como a relação de ambos é construída... É esses elementos são desenvolvidos de um modo muito leve e gostoso de se assistir!.
Um Grito no Escuro - Outro filme muito comovente lançado neste ano e que se tornou imediatamente um clássico, foi "Um Grito no Escuro". Nele acompanhamos o drama de um casal que sai de férias para a Austrália, mas o que era para ser um passeio de descanso e diversão, logo transmuta-se num horror agoniante quando o bebê do casal desaparece. O desespero da mãe nos é transmitido através de uma interpretação visceral que rendeu uma indicação ao Oscar a Merrill Streep - exatamente trinta anos antes da sua vigésima terceira indicação - e de uma direção conduzida de modo bem documental por Fred Schepisi. O filme nos acomete com imagens que se imprimem bem fundo em nossa memoria e ficam por lá durante um bom tempo.
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Mississipi em Chamas - Mais um filme lançado neste ano merece destaque por trazer um retrato histórico e sociológico incomparável. "Mississipi em Chamas", do genial Alan Parker, nos conta a história de dois agentes do FBI, desempenhados para investigar a morte de três ativistas pelos Direitos Civis numa cidade do Sul dos Estados, onde a segregação racial ainda se fazia muito presente. Com Gene Hackman e Willen Defoe demonstrando excelentes atuações, o diretor conduz o longa com uma maestria impecável, não nos poupando o incômodo causado ao testemunharmos a extrema violência e precariedade que se a batiam sobre os negros nesse momento da história, tudo isso movido por um forte discurso e ideais de ódio.
Os Fantasmas se Divertem - Mas nem só de drama viveu o cinema em 1988, grandes clássicos da comédia também tiveram o seu lugar ao sol. No longa "Os Fantasmas se Divertem" notamos, aliás, uma maneira muito nova de se fazer comédia. Além do filme consagrar a carreira do hoje tão famoso Tim Burton, o público contemplou um até então inédito equilíbrio de elementos cômicos e de fábulas mais sombrias, operando juntos em perfeita harmonia. E quem poderia esquecer da curiosa história do casal "recém falecido" tendo suas divertidas aulas de dar sustos nos vivos com o já veterano fantasma Beetlejuice (ou "Besouro Suco, de acordo com a nossa sempre "adequada" tradução BR)?
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Os Fantasmas Contra-Atacam - Ainda no clima fantasmagórico, outra comédia muito inteligente teve um grande destaque. Depois que o Tim Burton pôs os fantasmas para se divertirem, agora era o momento deles contra atacarem. Em "Os Fantasmas Contra Atacam", Richard Donner nos apresenta uma releitura franca e bem humorada do clássico de Charles Dickens, "Um Conto de Natal". No longa, um ambicioso e mesquinho produtor de TV, interpretado por Bill Murray, começa ver a sua vida desmoronar em virtude da sua ambição desmedida e de sua avareza, mas a visita de três espíritos faz com que o poderoso chefão do entretenimento repense muitas de suas convicções e tenha a chance de mudar a sua vida, mas claro, isso depois de tê-la virado de pernas para o ar.
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Corra que a Polícia Vem Aí - É simplesmente impossível falar sobre as comédias surgidas em 1988 sem mencionar um filme que é, certamente, um dos maiores e mais queridos clássicos do gênero da segunda metade do século XX. "Corra que a Polícia Vem Ai", do Davis Zucker, trouxe ao cinema um atrapalhado policial, interpretado pelo saudoso e único Leslie Nielsen, que vivendo situações muito inusitadas e até mesmo absurdas, arranca-nos gargalhadas e mais gargalhadas, independentemente de quantas vezes nos dispusermos a assistir. O sucesso foi tão grande que nasceu uma franquia, mais dois filmes continuação deste foram feitos e alcançaram um grande sucesso. Além disso, influenciou largamente outras comédias na década vindoura, "Top Gang" 1 e 2 são exemplos claros disso..
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Um Príncipe em Nova Iorque - Outra comédia muito boa que teve sua gênese em 1988 foi, certamente, um dos melhores e mais lembrados trabalhos de Eddie Murphy: "Um Príncipe em Nova York". Nesse longa do diretor John Landys, o ator interpreta um poderoso e carismático príncipe de um país africano que para fugir de um casamento arranjado, vai até a cidade da "Grande Maçã " e tenta se passar por um cidadão comum. E como são divertidas as cenas do grande aristocrata trabalhando numa lanchonete fast food e tentando conquistar a sua garota!
Neste sábado o Autobahn faz o especial De Repente 30, revivendo os melhores filmes e músicas de 1988! IMPERDÍVEL