Olá amigos amantes dos anos oitenta, nesta edição irei descrever e comentar sobre o filme Gandhi que foi rodado em 1982 e foi uma produção anglo-indiana. Seu gênero baseia-se na biografia e contrastes de drama do líder pacifista e advogado hindu Mohandas Karachand Gandhi, que de forma exemplar conseguiu libertar a índia da colonização britânica com a filosofia da não violência, já que segundo ele "A não violência é a lei da especie humana, assim como a violência é a lei do bruto".
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FICHA
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"Gandhi"
Título original: "Gandhi"
EUA, 1982, 191 minutos.
Elenco: Ben Kingsley - Mohandas K. Gandhi
Candice Bergen - Margaret Bourke-White
Edward Fox - General Dyer
John Gielgud - Lord Irwin, Viceroy (Edward F.L. Wood)
Trevor Howard - Juiz Broomfield
John Mills - Lord Chelmsford, Viceroy (F.J.N. Thesiger)
Martin Sheen - Vince Walker
Ian Charleson - Reverendo Charlie Andrews
Athol Fugard - General Jan Christiaan Smuts
Günther Maria Halmer - Dr. Herman Kallenbach
Saeed Jaffrey - Sardar Patel
Geraldine James - Mirabehn
Alyque Padamsee - Mohammed ali Jinnah
Amrish Puri - Kahn
Roshan Seth - Pandit Jawaharlal Nehru
Direção: Richard Attenborough
Produção: Richard Attenborough
Roteiro: John Briley, Alyque Padamsee e Candice Bergen
Diretor de Fotografia: David Watkin
Edição: Terry Rawlings
Diretor de Arte: Jonathan Amberston, Len Huntingford, Anna Ridley e Andrew Sanders
Distribuidora: Columbia Pictures
Gênero:Biografia, Drama |
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O que chama a atenção é o fato de ambas as nações (Inglaterra e índia) que lutaram pelo poder uniram-se para desenvolver de forma maravilhosa o enredo desse filme. O diretor Richard Attenborough seguiu a linha narrativa através de seu assassinato, que ocorreu em janeiro de 1948, e em cenas de "Flash Back" a história do jovem advogado Gandhi assim era contextualizada.
No decorrer dos anos foi considerado um Mahatma (Grande alma em dialeto hindu). Gandhi iniciou seus estudos no ensino superior na África do Sul, em específico no balneário de Durban, local que até hoje é considerado a maior colônia indiana do mundo. Lá o Mahatma continuou a enxergar as irregularidades sociais que sempre foram marcas predominantes de governos totalitários. Como um "laboratório" o estudante indiano "rebelou-se" pela 1ª vez ante os interesses governamentais, ressaltando que a África do Sul foi colonizada também por ingleses e de forma isolada por holandeses, porém a presença massiva da Inglaterra era notória e serviu de experiência para sua política em seu país de origem anos mais tardes.
Podemos ver no filme a figura de Gandhi bem admirada por hindus e muçulmanos. Em viagens de trem pelo país, o mesmo sensibiliza-se com a pobreza das castas inferiores da índia, crescendo assim o seu desejo pela dignidade e revolta contra os colonizadores. O carisma de Gandhi foi fundamental para mobilizar as massas indianas, tendo a independência como o elo entre as duas maiores sociedades religiosas do país. Mahatma Gandhi, com boa articulação consegue unir hindus, sikhs e muçulmanos pelo prpósito de emancipação indiana. Sessões de jejum, prática frequente dos hindus eram os sinais de insatisfações em certos momentos de Gandhi, que facilmente pode ser interpretado como protesto.
A maior decepção de Gandhi nesse processo foi a proposta de divisão do país, surgindo assim, em 1947 o Paquistão. Manter a Índia unificada entre hindus, sikhs e muçulmanos era uma pretensão nacionalista baseada em princípios e ideais humanistas, porém de fato seria insustentável.
A fotografia do filme corresponde as expectativas. Seu roteiro, mesmo que adaptado contribui para a riqueza cultural dos espectadores. A direção de Richard Attenborough mostra uma sensibilidade aguçada e um dos fatos que chamam mais a atenção é a trilha sonora com participações de Ravi Shankar e George Fenton. Quem interpretou Gandhi foi o ator britânico Ben Kingsley, no qual o que contribuiu para isso é sua descendência indiana por parte de pai e russa por parte de mãe.
A crítica recebeu bem a proposta como um todo do cineasta britânico. O reconhecimento veio com 11 indicações ao Oscar, levando 8 deles, no ano de 1983. Esse filme é uma boa recomendação a todos (as) os (as) amantes de cinema e anos 80, pois retrata bem a criatividade e a vontade de produzir o melhor, característica sempre presente da nossa saudosa década.
Prêmios:
Oscar 1983 (EUA)
Venceu nas categorias de melhor filme, melhor diretor, melhor ator (Ben Kingsley), melhor roteiro original, melhor direção de arte, melhor fotografia, melhor figurino e melhor edição.
Indicado nas categorias de melhor maquiagem, melhor trilha sonora e melhor som.
BAFTA 1983 (Reino Unido)
Venceu nas categorias de melhor filme, melhor diretor, melhor ator (Ben Kingsley), melhor ator estreante (Ben Kingsley) e melhor atriz coadjuvante (Rohini Hattangadi).
Prêmio David di Donatello 1983 (Itália)
Venceu nas categorias de melhor filme estrangeiro e melhor produtor estrangeiro.
Recebeu também o Prêmio David Europeu.
Golden Globe Awards 1983 (EUA)