“Uma fantasia, um musical, um lugar onde os sonhos
se tornam realidade.
As musas gregas encarnam na Terra para inspirar os homens”.
Sonny: Xanadu não me importa mais.
Danny: Como assim não importa? Como pode não importar?
Era o nosso sonho, não era?
Sonny: Não há Xanadu, porque não há Kira!
Era real por causa dela.
Danny: Então encontre-a, traga-a de volta.
Sonny: Os sonhos morrem.
Danny: Não! Não, não! Não sozinhos. Nós
os matamos. Se você desistir sentado naquela pedra por 30 anos,
como eu estava.
Danny: Sei como se sente, garoto. Já me senti assim. É
verdade, não sabia como o amor era importante. Mas deixe-me dizer
algo. De alguma forma, em algum lugar há um jeito de encontrá-la.
Se ela entrou aqui (Danny aponta para o coração de Sonny),
há um jeito de encontrá-la. Acredite garoto, depende de
você.
Qual seu maior sonho? Você acha que é impossível
realizá-lo? Você está enganado, pois em Xanadu tudo
pode acontecer. Sim, porque neste musical, as musas inspiradoras da
mitologia grega deixam o Olimpo para vir à Terra ajudar os homens
a realizarem os seus desejos. Afinal, em um sonho, tudo pode acontecer!
Durante as décadas de 70 e 80 ficaram muito populares os chamados
musicais pop, filmes que contavam com uma história de amor e
trilhas sonoras que geralmente viravam hits e lançavam artistas
dentro das pistas de dança. Entre alguns deles podemos citar
clássicos como “Os Embalos de Sábado a Noite”
(1977), “Grease” (1978), “Flashdance” (1983),
“Footloose” (1984) e “Dirty Dancing” (1987),
filmes incrivelmente legais, e que fizeram a cabeça de uma geração.
“Xanadu” (1980) segue a mesma linha.
Dirigido por Robert Greenwald, Xanadu é um filme
musical para os que apreciam temas românticos, ingênuos
e mágicos. Num clima de muita fantasia, música e misticismo,
a bela Kira (Olívia Newton-John), deusa da dança, volta
à Terra para ajudar Sonny Malone (Michale Beck), um pintor incompreendido
que faz ampliações de capas de LPs para divulgação.
Sonny está passando por uma crise profissional, não está
feliz com aquilo que faz, quer mais independência. Certo dia ao
caminhar num parque encontra Kira, que andando de patins, passa por
ele e lhe dá um beijo. Depois disso, Sonny a vê numa capa
de disco que tem que reproduzir e começa a se interessar por
ela. Numa de suas buscas por essa mulher misteriosa, encontra Danny
McGuire (Gene Kelly), um músico de jazz da década de 40
que vive de recordações de sua fama numa época
de muito glamour.
Os dois se tornam grandes amigos e Sonny encontra a liberdade que procurava,
pois o maior sonho de Danny era abrir uma casa de espetáculos.
O que Sonny não esperava é que Kira veio à Terra
justamente para realizar esse sonho: construir Xanadu. Só que
algo inesperado acontece, os dois se apaixonam e surge então
os mistérios entre sonho e realidade.
Xanadu é o encontro dos anos 40 com os 80. Uma cena fantástica
da fusão das duas décadas é quando Danny e Sonny
imaginam como seria Xanadu. Danny sonha com uma casa fina e requintada,
com dançarinos elegantes dançando muito jazz, típico
dos anos 40. Enquanto Sonny viaja num show de rock com músicos
e dançarinos totalmente despojados, com muita maquiagem, roupas
coloridas e exageradas, o que marca o início da década
de 80.
Os números musicais e as coreografias (de Kenny Ortega, o mesmo
coreógrafo de “Dirty Dancing”) são sensacionais.
Olívia Newton John e Gene Kelly dão um show nessa fantasia
musical. Ela já havia mostrado seu talento para o canto e para
a dança em “Grease” (1978), e ele, o mestre dançarino,
ator e cantor no clássico “Cantando na Chuva” (1952)
entre outros.
Xanadu é uma visão do futuro. Os efeitos especiais e
de iluminação tanto como figurino extremamente colorido
e maluquinho foram inéditos e ousados para a época.
O encontro único do Eletric Light Orchestra, Olivia Newton
John, Gene Kelly e a produção caprichosa de John Farrar
e Jeff Lynne é fantástico. Inesquecíveis canções
como Magic, Suddenly, Suspended in time, I’m Alive e Xanadu fazem
parte da trilha sonora.
Vale a pena assistir para quem não conheceu na
época ou ainda para quem quiser se deliciar com ótimas
canções e relembrar um dos melhores musicais produzidos
nos anos 80.