Hall of Mirrors
Os Melhores Video-Clipes dos anos 80

David Bowie - Absolute Beginners

Definitivamente, os anos 50 se fixaram no imaginário mesmo daqueles que não viveram nessa época. Ícones imortais aliados à esperança de paz e prosperidade surgida com o Pós-Guerra transformaram um período, um espaço de tempo em modelo de felicidade, modernidade e romances sob a luz do drive-in. Elvis, pin-ups, móveis pés de palito, jaquetas, hot-rods, enfim, uma cornucópia quase que infinita de quitutes ideológicos e visuais.


O furacão passou e arrasou com a alma de um garoto chamado David Robert Jones que, no início dos anos 60, viveu em parte esse sonho dourado de ser um popstar, disputar a tapa a garota bonita da escola para, depois, realizar o sonho de popstar e se tornar o grande artista que passamos a conhecer e amar sob o nome de David Bowie.


Absorvendo cada década a seu modo impactante, Bowie sangrou sua veia cinquentista em “Absolute Begginers”, canção-título do musical de Julian Temple. Como mandava o figurino pós-moderno de 1986, ano em que o clipe foi lançado, imagens em preto-e-branco se fundiam com imagens hiper-coloridas repletas de néons, com Bowie no lugar de Colin, a procura de sua Crepe Suzette. Esta é, junto com “As The World Falls Down”, a melhor balada de Bowie e talvez a melhor dos anos 80. Só não digo o mesmo do clipe porque “Take On Me”, do A-ha, é “absolute classic”.

O videoclipe, dirigido pelo próprio Temple do filme, num belíssimo preto e branco, traz Bowie, elegante como sempre, rompendo as sombras de cinema noir tal qual um Humphrey Bogart dos novos tempos, apaixonado, sensível, à inglesa, deixando um breve traço de melancolia em nossos corações, aquela melancolia boa, que nos leva a lugares especiais, tempos em que nossas preocupações não eram outras além de amar e ser amado.

   
   

Um maço vazio de um cigarro chamado Zebra ?!?, uma máquina que em vez de cigarros, libera imagens coloridas do lado bom daquela Londres pré – Beatles e uma fantástica dançarina Afro, também vestida de zebrinha, amarram uma mensagem de prazeres sucessivos, um substituindo o outro: o cigarro acaba, a máquina entrega imagens lindamente coloridas e a dançarina perseguindo Bowie por todo o clipe; libido em forma de mulher, de dança, de arte.

Sobram ainda as cenas da dança na mesa do restaurante e a rebelião pelas ruas, numa espécie de guerra entre gangues, entre máfias.

Sempre que vejo esse clipe, ou simplesmente ouço a canção no rádio, uma lagrimazinha safada insiste em brotar no canto dos meus olhos.

   

Trivia:

Para quem quiser conhecer outro monumento aos anos 50 erigido por Bowie, é só ouvir “Drive-In Saturday” faixa do álbum Alladin Sane, de 1973, que foi incluída por Morrissey (outro fissurado pelos 50) como b-side em seu single de 2008 “All You Need Is Me”.

O tema “Absolute Beginners” alcançou a nona posição no Hot Mainstream Rock Tracks, da Billboard e o número 2 da parada londrina.

Foi coverizada pelos Brit/Dance Saint Etienne e pela banda de Oi! Music Infa-Riot.

O filme teve participações da maravilhosa Sade e de Ray Davies, dos Kinks, clássica banda britânica dos anos 60. Davies, por sua vez, foi casado com outra estrela dos 80: Chrissie Hynde, do Pretenders.

 

  

Patsy Kensit, na pele da protagonista Crepe Suzette, foi uma promessa dos anos 80 que nunca se cumpriu. A finada revista Bizz chegou a considerá-la uma ameaça à Madonna!!!

Patsy ainda teve um efêmero sucesso, ainda nos 80, com uma banda chamada Eighth Wonder, junto com o irmão Jamie. Em 88 chegaram à décima posição da parada Hot Dance Music, da Billboard com o single “Cross My Heart”. Depois disso a banda sumiu.

De lá prá cá, a única coisa digna de manchete feita por Patsy, foi ter se casado com o intragável Liam Gallagher, do Oasis, e tido com ele um filho chamado Lennon. Original, não?

César Marsari

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