Clip de 1985, Duel é um conto sobre o amor, suas belezas e seus
perigos.
Tudo começa com a chegada da personagem principal
(vivida pela vocalista da banda) a um restaurante chinês. Ela chega
em grande estilo, com um carro chique, que ao ter a porta aberta permite
a saída da elegante lady em seu sapato lustroso e vestido cheio
de brilho. Um glamour!
O clima inicial remete àqueles filmes antigos - que se baseavam
em contos de fadas - em que a mocinha sai à noite em um belo carro
– já não são mais abóboras transformadas
em carruagens! - sonhadoramente buscando viver um grande amor. Mas aquela
pisada que ela dá na pobre rosa rubra jogada na calçada,
leva o espectador e prever que a noite não será calma e
que nem todo bombom é doce.
O vídeo também mostra cenas da banda em ação
em um grande salão decorado com cartas de baralho, tocando sobre
um chão que mais parece um tabuleiro de xadrez, preto e branco,
com um quê de aventura pelo mundo de Alice no País das Maravilhas.
Uma alusão ao mundo dos sonhos, ao ambiente em que se desenvolvem
as ilusões mais caras e que podem ser fatalmente destruídas
ao serem confrontadas com a dura realidade...ou talvez transformadas em
algo mais duradouro e verdadeiramente belo.
Um paralelo bem interessante com a vida de relacionamentos amorosos, não
é mesmo?
Corações vermelhos pipocam pela telinha,
palavras e frases surgem coloridas – às vezes num verde-limão
oitentista - destacando o texto cantado e eis que parece até cinema
mudo.
Ela entra sedutoramente no restaurante, mas por dentro
está insegura a se perguntar se ele estará ali esperando
por ela. O mocinho está sentado a uma pequena mesa redonda e levanta-se
feliz ao vê-la chegar, beijando sua mão, todo galante. Também
ele estava inseguro, ansiando por ver sua amada. Interessante que nenhum
dos dois demonstra qualquer traço de insegurança, mas por
dentro estão feito criancinhas medrosas. É assim mesmo às
vezes, c'est la vie!
Eles conversam e tomam champagne, enquanto o mundo à
volta continu a girar e outras estórias de amor se desenrolam paralelamente.
Subitamente arranhões se desenham na pele das personagens, pois
dizem que o amor também machuca.
Carícias e a eterna pergunta "Am I in love?"
e tudo parece correr bem até que entra em cena o elemento inimigo,
aquele que vai pôr em risco a felicidade dos pombinhos. É
ela, a femme fatale, vestida de preto com seu olhar misterioso, que traiçoeiramente
derrama soníferos nas bebidas dos heróis da trama.
Sabe-se lá como a vilã – a bruxa malvada que envenena
a princesa? – arrasta o casal a uma masmorra e os deixa atrás
das grades. Mas ela não consegue deixá-los presos por muito
tempo. O mocinho se solta e livra sua garota do perigo. Ah, é aí
então que o amor parece se consolidar, pois eles lutam juntos contra
a megera que quer destruí-los. Engraçada é a cara
de satisfeita que a bruxa-malvada-carcereira faz ao ver os dois prisioneiros
livres. Ela deveria estar com raiva e não rindo.
Será que foi tudo uma armação? Mistério...
Mas ainda não é o fim. Mais um inimigo
se coloca entre a felicidade do casal e um duelo acontece. O rival, com
seu jeitinho nerd, é derrotado e fica caído no chão.
A dupla romântica foge do restaurante esquisitão e apesar
de toda a dúvida levantada pelas mensagens durante o videoclipe,
parece que desta vez o amor venceu.
Muita luz!
Andréa Patrícia
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