TOTO - Africa
Este vídeo do TOTO
é de 1982 e apresenta toda
a ação dentro de uma biblioteca. A idéia inicial dessa canção veio de
David Paich, tocando piano.
Jeff Pocaro explica a idéia
por trás da música: "...um garoto branco está tentando escrever uma música
sobre a África, mas já que ele nunca esteve lá, pode apenas contar o que
viu pela TV ou lembra do passado. Geograficamente não tem nexo. O Kilimanjaro
não fica perto do rio que é citado na canção."
O
clip se inicia com um globo girando e logo surge um ventilador de teto,
daqueles que ninguém consegue entender porque estão ligados, já que não
devem refrescar nada, devido a sua lentidão. Imagens de um cômodo escuro,
decorado com cabeças e peles de animais selvagens, plantas, e estantes
repletas de livros: uma biblioteca em estilo africano! Muito original.
O vocalista da banda está folheando um livro e cantando enquanto a bibliotecária
- estereotipada com óculos e cabelo preso em coque, em postura sisuda,
tal qual a maioria das bibliotecárias é retratada na mídia - está sentada
à mesa organizando documentos e atenta a qualquer movimento suspeito dos
usuários.
As cenas da biblioteca são mescladas com outras em que a banda, curiosamente,
faz sua performance em cima de uma pilha de livros gigantes. O último
deles tem na capa o nome "Africa".
Alguém
- só aparece os pés descalços do observador, o que cria um clima de mistério
- os observa do lado de fora do recinto, que tem o chão repleto de folhas
secas e na porta uma espécie de cortina de cipó. Uma tocha presa à entrada
torna ainda mais peculiar a decoração dessa biblioteca.
Enquanto tudo está calmo lá dentro, do lado de fora aparece um escudo
pintado, tribal, entre as folhagens. O usuário-cantor continua a mexer
nas estantes, buscando, talvez, informações sobre algum mistério. O clima
de emotividade é marcante, há algo de romântico e sonhador no ar, mas
é também misterioso.
Uma mão - de um negro integrante de alguma tribo guerreira - empunhando
uma lança aparece rapidamente, já parecendo avisar aos espectadores que
algo vai acontecer. Há um clima ameaçador no ar.
Pelas
estantes, o vocalista caminha e encontra um livro intitulado "África".
O curioso é que nenhum dos livros está classificado, pelo menos não há
etiquetas neles. O que deixa a pensar em como a bibliotecária consegue
organizar aquele acervo e como os usuários conseguem encontrar o que procuram.
De repente uma lança é atirada, as pessoas se assustam, uma pilha de livros
cai derrubando um lampião que rapidamente vai incendiando tudo.
Um livro aberto mostra uma página rasgada justamente numa gravura de um
escudo tribal, idêntico ao que havia aparecido antes. O herói da estória
tinha um pedaço da gravura e procurava encontrar a figura inteira na tentativa
de desvendar algum enigma, encontrar algum tesouro, talvez. Mas fogo é
ateado no livro e tudo é destruído.
As cenas fazem pensar que o leitor estava tão interessado nas grandes
aventuras vividas na África, que terminou por trazer, magicamente, através dos
livros um pouco dessas aventuras, mas ao mesmo tempo faz parecer que ele deixou
para trás estórias que não voltam mais. Tudo ficou no passado. Ele não conseguiu
desvendar o mistério. E a África, para ele, será inesquecível.
Muita luz!
Andrea Patrícia
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