Quem quer brincar de esconde-esconde põe o dedo aqui que já vai fechar – os mais jovens com certeza não entenderam essa frase (provavelmente sequer brincaram de esconde-esconde).
Mas quem viveu a infância e a adolescência nos anos 80, lembra bem que essa era a forma mais democrática de decidir quem iria participar da brincadeira da tarde.
E quem ficava para trás, era atormentado pela frase, “Quem chegar por ultimo é a mulher do padre”. Vociferada quase que em tons de maldição.
E se alguém achava ruim e mandava calar a boca, a resposta estava na ponta da língua:
“cala a boca já morreu quem manda na minha boca sou eu”.
Respondeu algo errado ou não soube o que dizer? Ai o risco era ouvir o clássico:
“Não sabe, não sabe, vai ter que aprender, orelha de burro e cabeça de ET”.
Quando havia algum desentendimento, logo elas diziam:
“Belém, Belém, nunca mais eu estou de bem", estou de mal (nesse momento, passavam os dedos indicadores nas bochechas)
seguido pela resposta "tenho muitas amiguinhas não preciso de você”.
Felizmente na maioria das vezes, esse “nunca mais” terminava no dia seguinte, então a paz retornava com um “vamos ficar de bem” selado com um cumprimento dos dedos mindinhos que se entrelaçavam.
A vida é feita de escolhas, que devem ser feitas de forma mais sábia possível, mas quando o dilema era muito complexo, como escolher entre um ou outro papel de carta, ou qual pipa iria levantar voo, ou mesmo quem iria “agarrar” no gol no próximo clássico entre rua de cima contra rua de baixo, havia uma técnica infalível:
“Minha mãe mandou eu escolher este daqui, mas como eu sou teimoso vou escolher este daqui”
A frase era dita enquanto o dedo indicador alternava a direção entre as opções a serem escolhidas a cada troca de palavras, valia a direção que o dedo ficava na ultima palavra. Funcionava que era uma beleza!
“O A tem som de u?”
“Quando neva você usa esqui?”
“Setembro Chove?”
Ouvíamos muito essas perguntas, sempre ditas de forma mais rápida possível, para desespero do ouvinte que ficava perdido sem entender nada, confundindo com outro idioma ou outras palavras, e se foi enganado, provavelmente logo viria:
“enganei o bobo na casca do ovo”
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Tinha também a sessão você lembra, você conhece...
"Você lembra do Mário?"
Ou "Sabe o Mário?"
E algum incauto respondia... "Que Mário?"
A resposta todos vocês lembram...
Ou ainda o "Você conhece o Dunha?"
Já quando alguém levava um tombo, quebrava algo por acidente, ou sofria as consequências de uma escolha ruim, poderia muito bem ouvir um “Bem feito!”, mas se isso ocorresse, a resposta estava na ponta da língua:
“Cheira a bunda do prefeito”
Alguns se defendiam com a tréplica:
“Cheira você que tem mais jeito”
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Se alguém era convidado para uma festa que prometia ser monótona, participar de uma brincadeira sem graça ou assistir um filme tedioso (situações que também eram nomeadas de ”programa de índio”), a resposta de negação provavelmente seria:
“É ruim, hein”.
Quem viveu essa época, deve estar se lembrando de todas essas frases e muitas outras, quem nasceu mais tarde, talvez esteja crente que nós “viajamos na maionese” (Dizer coisas sem sentido).
Frases que hoje podem parecer bem bobas, algumas nem acreditamos que ríamos tanto na época, mas de uma forma ou de outra foram frases que nos divertiram bastante e fizeram parte da nossa infância!
Sábado é dia de viajar no tempo e reviver essa época maravilhosa na festa mais animada de São Paulo! E o melhor, com cerveja em dobro a noite inteira!!!
Até lá
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