Nos anos 80 não haviam se disseminado as escolas particulares, e era legal você e todos os seus amigos, fossem os mais abastados, fossem os menos, estudarem junto nas escolas estaduais.
E aí, não tem como não nos lembrarmos com saudade da melhor hora (que não é aquela da aula com sua professora preferida).
Era a hora da merenda !!!
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Ainda lembro que formávamos fila nas bancadas de concreto, não havdo cheiro daquela comida. Todos os dias, por volta das 10h, saímos em fila para a o refeitório da escola. Pelo cheirinho, já podíamos imaginar o que seria servido nos pratinhos azuis. Cada dia um cheirinho. Cada dia um cardápio novo.
Não sei se, em meados dos anos 80/90 havia nas escolas uma preocupação com as questões de equilíbrio alimentar. Minha memória me faz acreditar que não. Não lembro de frutas variadas no lanche. Bananas às vezes. Mas não são elas que me trazem as lembranças do tempo de escola. É o aroma do carreteiro que invadia o refeitório. Ou daquela massinha cozida junto com a carne moída, meio sem cor, mas que tinha um gostinho suave que sempre me deixava com vontade de quero mais.
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Na escola em que estudei no interior também tinha a famosa cantina, onde não havia na época aquela orientação e preocupação com um cardápio saudável e variado, onde era vendida a famigerada esfirra frita. Até podia não ser saudável, mas era gostosérrima (risos)...
Quando você não queria nada do que tinha na cantina, poderia pedir também para sua mãe comprar o amendocrem. Era aquela pasta de amendoim gostosa, cremosa, fácil de passar no pão. Também uma ótima pedida.
E os lanchinhos Mirabel e Tostines? Você foi sortudo de viver nessa época?
As mochilas da atual geração escolar nunca vão carregar chicletes Ping Pong de tutti-fruti (e aí eu incluo os Futebolcards e aquele tabletão que dava para mascar o dia inteiro, rsrsrs), ou o velho Ploc gigante de laranja e uva, nem as deliciosas balas Soft coloridas, ou
os Deditos da São Luiz, os chocolates Diplomata, Kri ou Sensação… E evidentemente o lanche Mirabel.
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Nada se compara ao lanche Mirabel. A Tostines, que há muitos anos vende mais porque é fresquinho ou vice-versa, chegou a lançar o biscoito Recreio, que também tinha inúmeras embalagens coloridas alusivas aos sabores. Talvez fosse o único concorrente de peso do Mirabel, já que o Lanche do Fofão, da Dizioli, era uma esponja.
Outro que não podemos esquecer é o propriamente dito, Recreio também da Tostines que tinha sabor Chocolate, Baunilha, Morango e até Limão e Abacaxi.
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Não importa. Mirabel tem sabor de infância. Diz a lenda que o nome remete à esposa do dono da fábrica, que ficava no bairro do Limão, e que após ser “fundida” com a Kraft Lacta Suchard, diversificou sua marca em outros produtos – quem não se lembra daquele sujeito prestes a ser executado na propaganda, cujo último desejo era “que as balas sejam Mirabel”?
Tente lembrar de algumas antigas marcas famosas, daquelas que faziam seus olhinhos de criança brilhar em um supermercado. Faça uma lista e vá a qualquer hiper-mega-ultra-super atual. Das poucas que você irá reencontrar, muitas delas pertencem atualmente a uma corporação gigantesca, como Kraft Foods, Unilever, entre outras. Fenômeno marcante dos últimos dez, vinte anos: grandes empresas compram as menores, elegem as marcas que vão prosseguir e acabam com o excedente.
Foi o que aconteceu com o pobre Mirabel. Em novembro de 1999, a marca, assim como outras da Kraft Lacta Suchard, foi comprada pela Cadmury Adams, que por sua vez pertence à norte-americana Warner-Lambert. Em 2001, a Adams resolveu “descontinuar” o Mirabel
Infelizmente, a maquiagem de produtos é coisa que existe de uns 15 anos para cá. Hoje as bolachas wafer são tão finas que esfarelam na mão.Em 1983 ainda não existia nem mesmo o famoso slogan de Tostines: “Vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais?” Nostalgia mode on. Chega até a dar saudade da escola…
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