Lembranças
Rock in Rio II

Sábado é dia de viajar no tempo e reviver os melhores momentos das primeiras edições do Rock in Rio na festa Autobahn!

Já fizemos uma matéria cobrindo todo o Rock in Rio de 1985, agora continuamos com a cobertura da segunda edição!

Você não viu ainda a matéria do primeiro? Veja aqui tudo sobre o 1º Rock in Rio

Agora a cobertura da segunda edição: após seis anos de espera, o maior festival musical realizado no Brasil na década de 80, teve uma nova edição em janeiro de 1991, o Rock in Rio II, sendo novamente produzido pelo empresário Roberto Medina.

Como a cidade do rock que sediou a primeira edição do festival já havia sido demolida a muito tempo, desta vez o evento foi realizado no estádio do Maracanã e reuniu 700.000 pessoas durante nove dias (18 a 27 de janeiro).

A cidade do rock de 1985 tinha uma capacidade de publico bem maior que o estádio, mas apesar do espaço limitado, o Rock in Rio II foi muito bem-sucedido e também teve ótimas atrações, sendo muitas delas, estreantes no Brasil.

Billy Idol, que na época divulgava o álbum Charmed Life, cativou a audiência com hits como Eyes Whitout a face, Dancing With Myself, e até uma versão para L.A Woman da banda norte americana “The Doors”.

Grandes sucessos também não faltaram no show do A-ha, os noruegueses capitaneados pelo vocalista Morten Harket, fizeram a alegria dos fãs executando com maestria clássicos como Take on me, The Living Daylights e Hunting High and Low. O show do A-ha reuniu o maior público da história do Rock in Rio, milhares de fãs de todo o país se reuniram para assistir a este show antológico que entrou para a história!

Outro nome muito aguardado foi o cantor americano Prince, em suas apresentações não faltaram sucessos do aclamado álbum "Purple Rain" (1984), como "Let's Go Crazy" e "Take Me With U", mescladas com canções um tanto inesperadas como "Ain't No Way" de Aretha Franklin.

Quem esteve no festival também não se esquece da épica apresentação dos australianos do INXS, e canções como Need you Tonight, Never tear us apart e New Sensation.

Nas duas apresentações do cantor George Michael, a surpresa ficou por conta da participação especial de Andrew Ridgeley, seu ex-parceiro no Wham!. Em Ambas as datas, os shows foram encerrados com a então recém lançada Freedom 90, cantada em Uníssono pela plateia
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Foi nos bastidores do Rock in Rio II que o britânico conheceu o estilista brasileiro Anselmo Feleppa, iniciando um relacionamento que durou até 1993, com a morte de Anselmo em decorrência da AIDS.

O Happy Mondays tambem deu as caras, trazendo a recém iniciada "Pills N Thrills Tour" ao festival. Mesmo sendo desconhecida pela maioria do publico brasileiro naquela época, os ingleses não fizeram feio e conquistaram o publico com canções como Kinky Afro e Hallelujah. Antes, porém, tornaram-se polêmicos quando o vocalista Shaun Ryder afirmou, em entrevista à Folha de S. Paulo, que iria ao Brasil acompanhado de "mil tabletes de ecstasy"; voltou atrás ao afirmar, logo após, que não queria "experimentar as cadeias brasileiras".

Representando o Heavy metal britânico, o Judas Priest proporcionou um dos momentos mais marcantes do festival com a triunfal entrada no palco do vocalista Rob Halford guiando sua moto Harley Davidson roncando os motores.
Foi no Rock in Rio II que o Guns N 'Roses fez a estreia da nova formação da banda, com os então novatos Matt Sorum (ex The Cult) na bateria e o tecladista Dizzy Reed. O disco Appetite for Destruction de 1987 foi a base do repertorio dos dois shows da banda no festival.

Ainda com suas respectivas formações clássicas, nomes como Sepultura, Capital inicial, Titãs e Engenheiros do Havaí, também marcaram presença. Hinos do rock nacional oitentista como Musica urbana, Diversão e Bichos escrotos aqueceram o publico para as tão aguardas atrações internacionais

James Cassidy do Information Society, disse em uma recente entrevista, ter ótimas lembranças do festival. "Rock In Rio foi o ponto mais alto da minha carreira. Tocar em uma lugar tão grande e com pessoas tão entusiasmadas", disse o músico. De fato canções como What's on Your Mind (Pure Energy) e Think agradaram em cheio.

O momento mais embaraçoso do festival ocorreu na apresentação do cantor Lobão, ele subiu ao palco alguns minutos após o show do Sepultura e iria tocar com participação da escola de samba Mangueira, desagradando boa parte da plateia formada por fãs de heavy metal, que praticamente o expulsaram do palco após a primeira música. Lobão foi literalmente expulso do palco pelo público. Sobrou para o Megadeth de Dave Mustaine que tiveram que antecipar sua apresentação e encarar o palco forrado de latas, copos plásticos e tudo mais que era possível a plateia ter arremessado.

Cerca de 580 milhões de pessoas assistiram à edição de 1991 pela televisão, com exibição em 55 países. Em tempos sem internet e com TV paga ainda engatinhando, tratou-se de uma marca expressiva.

A edição de 1991 é considerada até hoje a mais violenta de todas: além de várias relatos de brigas e incidentes, duas pessoas morreram: uma tentando pular um portão do Maracanã e outra com um tiro na porta do estádio.

18/01/1991
Prince
Joe Cocker
Colin Hay
Jimmy Cliff

19/01/1991
INXS
Carlos Santana
Billy Idol
Engenheiros do Hawaii
Supla
Vid & Sangue Azul

20/01/1991
Guns N' Roses
Billy Idol
Faith No More
Titãs
Hanoi Hanoi

22/01/1991
New Kids On The Block
Run DMC
Roupa Nova
Inimigos do Rei

23/01/1991
Guns N' Roses
Judas Priest
Queensrÿche
Megadeth
Lobão
Sepultura

24/01/ 1991
Prince
Carlos Santana
Laura Finocchiaro
Alceu Valença
Serguei

25/01/1991
George Michael
Deee-Lite
Elba Ramalho
Ed Motta

26/01/1991
Happy Mondays
Paulo Ricardo
A-Ha
Debbie Gibson
Information Society
Capital Inicial
Nenhum de Nós

27/01/1991
George Michael
Lisa Stansfield
Deee-Lite
Moraes Moreira e Pepeu Gomes
Léo Jaime

Neste sábado é dia de curtir várias destas bandas clássicas dos anos 80 que fizeram história em todas as edições do Rock In Rio, na festa super especial do Projeto Autobahn.

Até lá.

Marcos Carillo