Enquanto a maioria dos adolescentes de hoje se preocupa em adquirir "mini" aparelhos cada vez mais modernos e sofisticados, como o Ipod por exemplo, os adolescentes na década de 80 se preocupavam em comprar um toca disco. De todas as cores e modelos, e até portáteis, quem não queria um? Sim, toca-discos, vitrola, pick-ups, aqueles aparelhos antigos que tocavam os discos de vinil e a maioria dos adolescentes de hoje nunca viram...
Era legal quando os amigos se reuniam para ouvir um disco novo. A época do toca disco tinha isso de bom, as pessoas se reuniam para ouvir música.
Mas sempre achei que o mais legal de tudo era poder ter um toca disco portátil! A idéia de poder carregar os discos e ouvi-los onde quer que fosse era o máximo! Eu achava incrível e sempre quis ter um!! rs Nem acreditei quando consegui meu primeiro portátil. É daquela marca Sanyo (alguém lembra?). E é desses modelos que tem rádio e toca fitas, e inclusive funciona à pilha (daquelas enormes). O único problema é que é bem pesado, não dá pra carregar sozinha, rs.
Um modelo que com certeza todo mundo lembra é aquele colorido da Phillips! Esse modelo era simples, tinha apenas o toca disco, mas era lindo e era menor! Portanto mais fácil de carregar. A qualidade de som era limitada, mas por ser portátil realmente não tinha como ser muito melhor. Afinal de contas a intenção era ter um melhor e mais profissional em casa e esse para poder carregar. Foram lançados em duas cores: vermelho e amarelo. Ainda conseguimos encontrá-los, mas por ser uma raridade custa um pouco caro.
Hoje ainda podemos achar uma infinidade de novos modelos. Muitos têm entrada USB e vêm com um programa para instalar no computador, no qual você pode transformar seus LPs em MP3. Esses custam mais caro, mas vale muito a pena para quem gosta do bom e velho toca discos, mas ainda sim quer acompanhar os avanços tecnológicos. Mas existem modelos mais simples e mais baratos também.
Quem viveu essa fase sabe que por mais moderno que possa ser um aparelho de som hoje em dia, não há nada como um toca discos. A qualidade pode ser discutível para alguns, às vezes ate inferior ao de muitos aparelhos modernos. Mas a sensação que ele proporciona... só quem viveu essa época mágica sabe!
Houve também a geração dos 3 em 1, aparelhos que começaram com a Gradiente, e os inesquecíveis System 95 e System 96 (lembrando que o número acima não é ano de fabricação, eles foram lançados no começo dos anos 80 no Brasil). Com receiver (FM e receptor dos outros aparelhos para amplificação e passagem para as caixas de som), Toca-fitas e Toca-discos. Enquanto no começo da década era restrito a poucos que podiam pagar por essa qualidade sonora aliada à tecnologia no meio dos anos 80 começaram a surgir os equivalentes da Sanyo, CCE, e produtos menos duráveis. No final dos anos 80, os modelos 3 em 1 mais requintados, foram substituídos por modelos mais populares anos à frente, incluindo double deck, (aparelhos de som com 2 toca-fitas), que embora fossem mais modernos, já não primavam mais por tanta qualidade, pois com a importação desenfreada de aparelhos 3 em 1 paraguaios, as poucas empresas brasileiras que ainda faziam modelos de qualidade superior, tiveram que se adaptar ao mercado e fizeram produtos inferiores em qualidade). Era a modernidade, aqueles aparelhos para durar a vida inteira do começo da década forma aos poucos dando lugar aos modelos "casas bahia" feitos para durar 3 ou 4 anos... Entre os 3 em 1 mais marcantes, além do System 96 da Gradiente podemos destacar o Phillips que era num 'pacote' só, ou monobloco se preferirem, o CCE (que na época ganhou o famigerado apelido - 'Comecei Comprando Errado') entre diversos outros modelos que fizeram a geração do 3 em 1. Na virada da década, o 3 em 1 continuou a ser fabricado, mas com uma mudança, o CDplayer era o terceiro aparelho no lugar do querido toca-discos.
Aliás, parece que hoje em dia, apesar da qualidade de som ser muito superior, o interesse em apreciar já não importa tanto. Com a chegada de formatos como o MP3, a música se tornou um pouco descartável e por causa da facilidade e rapidez a rotatividade é muito grande também..
Acho que hoje o interesse em relação à capacidade de armazenamento é muito maior do que o interesse pela própria música. Deve ser porque os jovens de hoje não tiveram a chance de acompanhar a evolução desses aparelhos, hoje eles têm tudo na palma das mãos! Para eles é como se sempre tivesse sido assim, acho que por isso não dão tanto valor.
Haviam também as pick-ups ultra-avançadas utilizadas pelos DJs nas danceterias dos anos 80, como as Technics, principalmente as MK-II, que era o modelo mais bem acabado, com a melhor aceleração, retorno, pitch preciso (pitch é o altera a velocidade do disco, não o número de rotações especificamente, 33 1/2, 45 rpm, etc, mas apenas uma porcentagem em torno da rotação original do disco), era o mais preciso para acertar as batidas, as mesmas pick-ups que serão usadas neste sábado na noite do vinil do Autobahn, as inesquecíveis MK-2, geração mais desejada dos toca-discos em todo o mundo. A Technics anunciou no ano passado a descontinuidade da fabricação de pick-ups, a série MK já estava na quinta geração, mas devido à baixa procura no mercado de aparelhos novos com essa alta tecnologia de performance para tocar discos que se restringiu apenas a alguns clientes mundiais.
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