MADONNA HISTORY


Madonna , nasceu em 16 de Agosto 1958 em Rochester, Michigan nos EUA. Seus pais, Silvio Ciccone e Madonna C. Fortin, tinham residência em Michigan naquela época. Para aqueles que gostam de pormenores e detalhes fica aqui a informação que Madonna nasceu mais precisamente ás 7:05 AM no hospital Bay City Mercy em Bay City.

O seu nome de batismo foi Madonna Louise Ciccone, ainda que também seja conhecida como Veronica, mas esclareça-se desde já que este último foi um nome adaptado não de batismo, mas por via da comunhão. Segundo a explicação de Madonna a escolha do nome deveu-se ao facto de Veronica ter sido a mulher que secou o rosto de Cristo antes de ser crucificado. No seio familiar era carinhosamente apelidada de ‘Little Nonni’ se bem que na vida real e ao longo do passar dos anos tenha tido uma série de apelidos dos quais destaco os seguintes : Maddy, Mo, Boy Troy, Mads, Madge, Material Girl, ‘M’, Varla…..etc.

Madonna, tinha ainda apenas 5 anos, então no ano de 1963, quando a sua mãe Madonna Ciccone Fortin, faleceu quando ainda tinha 30 anos devido a um cancro da mama. "Este foi um dos momentos mais duros por que atravessei em minha vida", "A morte da minha mãe foi e continua ainda hoje a magoar-me profundamente", "Não sei se algum dia irei realmente conseguir ultrapassar definitivamente tudo isto".

Teve por via destas circunstancias que crescer muito rapidamente, muito antes do tempo. Aprendeu a ser forte e independente desde muito nova, muito por culpa e influencia do forte carácter de sua mãe e das recordações que posteriormente foi guardando dela.

Anos mais tarde o seu pai Silvio Ciccone, resolveu casar com a mulher a dias, Joan Gustafson. Uma mulher que segundo Madonna era fria e disciplinadora. O seu pai insistiu repetida e continuamente para a sua nova mulher fosse tratada por todos como esposa e mãe. Madonna nunca foi capaz de o fazer e aceitar tal situação. Fazê-lo seria trair todo o amor e admiração que nutria por sua mãe.

Ainda a respeito de seu pai Madonna confidencia : " Se não fosse a teimosia e persistência do meu pai, hoje em dia nunca teria tido sido ou tornado pessoal e profissionalmente o que hoje sou."

Quando Madonna, era pequena, adorava cantarolar e entoar as músicas que ouvia no rádio enquanto ajudava na limpeza da casa. Ela recorda : "Havia sempre música entre nós. A nossa casa enchia-se de música fosse ela vinda de discos ou então tão simplesmente da rádio."

Desde muito cedo Silvio Ciccone, também conhecido por Tony, quis que ela aprendesse a tocar piano. Na medida em que grande parte da família tocava pelo menos um instrumento musical. Foi-se cultivando ao longo dos tempos uma tradição familiar voltada para a aprendizagem musical. O seu pai era especialmente forte neste domínio tendo um talento especial para aprender musica e dominar instrumentos musicais.

Ser-se a filha preferida, traz sempre enormes vantagens, neste caso específico acabou mesmo por ser decisivo. A tradição familiar acabou finalmente por ser quebrada após insistentes investidas. Madonna, acabou por não ingressar nas aulas de piano, indo para aquilo que tanto desejava, a dança e o ballet.

Madonna, tinha apenas 12 anos quando foi inscrita no liceu católico local de Saint Andrews. Existia aí uma disciplina interna muito rigorosa e exigente. Madonna recorda.

Contudo terá sido neste ambiente austero e exigente que Madonna, terá aprendido muita coisa no domínio da dança jazz, dança rítmica e ginástica. Foi aqui que aprendeu a soltar-se, tornar-se extrovertida e onde libertou aquela faceta descomplexada desconhecida para muitos mas que toda a sua família já conhecia.

Vistas bem as coisas até nem é nada surpreendente que durante o seu período de estudante Madonna, tenha estado ligada ás artes de representação e tudo o que estava ligado ao mundo do espectáculo. O que se calhar ninguém previu foi que ela se distingui-se de tal forma. Se calhar era de prever…

Ela chamou a si em muitas ocasiões o comando e condução do departamento de teatro dominando a condução das peças e a realização das mesmas.

Madonna, era extremamente responsável nos seus deveres escolares. Madonna recorda: "Era realmente muito competitiva na escola, o meu pai desde muito cedo procurou incentivar-nos premiando o nosso esforço escolar e notas com prémios em dinheiro. Recordo-me que ele dava-nos 25 centímos por cada "A" que conseguisse-nos."

De certa forma os estudos serviram para que Madonna afogasse as mágoas e a frustação que estavam desde a morte de sua mãe estava a atormentá-la e concentrou-se a 100% nos seus estudos.

Acabou o liceu com distinção ganhando inclusivamente uma bolsa de estudo para a universidade de Michigan, onde se inscreveu depois de ter feito deixado o Rochester Adams Hight.

Após ingressar na Universidade de Michigan no curso de dança e apesar dos intensos períodos de estudo a que era submetida Madonna arranjou aqui também tempo para se dedicar muito mais aplicadamente ao ballet.

Chris Flynn, era o responsável pela escola de ballet. "Eu adorava-o. Ele era o meu mentor, meu pai , o meu amante imaginário, enfim …tudo".

Estava-mos então no ano de 1978, estavam já passados cerca dois anos sobre o início dos estudos na universidade de Michigan, Madonna decidiu partir para Nova Iorque em busca dos seus sonhos. Apesar de encontrar na cultura universitária muitas coisas até então imprescindíveis e que foram de grande importância para o seu crescimento em busca dos seus sonhos, Madonna sentia que lhe estava faltando sempre algo. Foi precisamente para alcançar aquele vazio que a atormentava que decidiu abandonar os estudos e partir á aventura em direcção a Nova Iorque.

Todos foram contra esta ideia, mas o seu professor de dança Chris disse- lhe: "Vai e conquista os teus sonhos!".

Ainda bem para nós que ela o fez!

O partir para Nova Iorque significava também de certa forma o cortar definitivo do cordão umbilical que a mantinha presa a Michigan e a aquele ambiente hospitaleiro e familiar, certamente muito daquilo que viria a encontrar na grande cidade.

Madonna recorda : "Quando eu cheguei a Nova Iorque tinha tomado o avião pela primeira vez na minha vida, tal como o taxi. Era a minha primeira vez para tudo. Tudo era novo e novidade. Um mundo admirável e ao mesmo tempo estranho. E vim com apenas 35 dólares no meu bolso" . "Esta foi a atitude mais arrojada e corajosa que tomei até hoje".

Quando chegou a Nova Iorque, Madonna meteu-se num taxi e pediu-lhe um pouco em tom de brincadeira que a levasse "….to the middle of everything…" , o taxista não fez por menos e levou-a a Times Square.

Ali estava ela no centro de tudo, enquanto o mundo girava á volta dela. Tinha apenas 35 dólares no bolso e uma vontade enorme de vencer na vida.

Surgiram inevitavelmente umas pequenas lágrimas que depressa foram afastadas, pois havia muito trabalho pela frente. Agora estava por sua conta, não podia voltar atrás, não por ser muito tarde mas por orgulho próprio. Esta era também a sua grande oportunidade.

Este foi apenas o principio de tempos que se adivinhavam muito difíceis para Madonna. Ela começou por viver numa casa de aspecto miserável e fama duvidosa. Não havia dinheiro para melhor.

Ela recorda: "Quando o meu pai veio pela primeira vez visitar-me, ficou completamente horrorizado. A casa estava a transbordar baratas por tudo o que era sítio. Até o ar em redor do quarteirão tinha um cheiro insuportável."

"Dancei numa série de companhias de dança de Nova Iorque durante vários anos, e dada altura apercebi-me que se as coisas apesar de não estarem a correr muito bem a verdade e o mais preocupante é que não existiam grandes probabilidades de a coisa melhorar". "Algo tinha que ser feito."

Madonna, começou a ter aulas de dança com o coreógrafo Alvin Auley e trabalhou também durante 2 anos como modelo anos para conseguir pagar as suas contas. Também trabalhou durante algum tempo enquanto empregada de mesa em alguns restaurantes tentando amealhar o máximo de dinheiro possível pois a vida não estava nada fácil. Entretanto estava a participar numa peça em forma de musical, sítio onde conheceu Patrick Hernandez . Face ás expectativas que de certa forma teimavam em complicar-lhe a vida, Madonna optou em tentar a sua sorte em França onda participou num espectáculo que estava a ser conduzido pelo grande musico disco da altura por aqueles lados, Patrick Hernandez.

Hernandez, desde cedo se apercebeu que tinha em Madonna, um talento muito especial. O grande problema foi que quando se apercebeu do real valor já ela tinha decidido voltar a Nova Iorque. Além do mais não estava a ganhar assim tão bem, e só ela sabia a falta que este lhe fazia. Madonna, conheceu então Dan Gilroy, o cantor com quem viria de volta a Nova Iorque para formar a banda "The Breakfast". Cantou e tocou bateria na banda até ter começado a dar mais atenção á música de dança. Os The Breakfast não tiveram vida nada fácil até porque a maioria dos clubes da altura procuravam sobretudo bandas punk e new wave. Madonna, fez ainda algumas incursões em filmes independentes muito experimentais, "A Certan Sacrifice" (60 min.) é um dos títulos mais conhecidos. Em 1980 Madonna, em conjunto com o baterista e namorado Steve Bray começou a criar temas de dança, temas esse que viriam a contribuir para um famoso contrato que viria a assinar com a Sire algum tempo mas tarde.

Nessa altura, era ainda pelos seus dotes de bailarina que queria ser famosa, mas seria através da sua voz que viria a triunfar. "As pessoas ouviam-me e diziam-me : a tua voz não é nada má e a minha reacção era dizer "A sério?, relembra hoje Madonna, acrescentando ainda que nunca fez qualquer treino de voz, e, melhor que isso, nunca quis ser cantora.

"Everybody", foi o nome da canção com que Madonna convenceu Mark Kamins, um conhecido dj a gravar uma primeira maqueta. Corria então o ano de 1980, e a música ficou de tal forma conhecida que não levou muito tempo até chegar ao ouvido de Seymour Stein o então presidente da Sire Records que quis de imediato oferecer-lhe um contrato.

" Ela estava a cantar com todo o sentimento e foi por isso que me impressionou", conta Stein. "Eu estava no hospital e tinha todo o tempo do mundo, então ouvi vezes sem conta, e gostei imenso. Quis oferecer-lhe um contrato imediatamente e pedi-lhe inclusivamente que viesse ao hospital". Apesar de estar debilitado e internado Stein, não quis perder a oportunidade de dar a Madonna a tal rampa de lançamento que ela tanto estava necessitando".

Madonna, garantiu pois desta forma o contrato que tanto procurava, ao mesmo tempo que editava o seu primeiro single "Everybody".

O single começou a chamar á atenção de tal forma nas pistas de dança dos Estados Unidos que em 1983 Madonna lançou o seu primeiro álbum de estreia, o "Madonna".

O álbum foi de tal modo bem aceite que as vendas subiram em flecha desde o momento em que o álbum chegou aos escaparates, se bem que o verdadeiro boom registou-se com o lançamento do single "Holiday".

A popularidade alcançada com este segundo single levou a que madonna fosse convidada para o programa de tv "American Bandstand". Programa muito famoso na altura e que era sobretudo conhecido por ajudar a lançar novas esperanças da música.

Dick Clarck, o apresentador do programa, relembra hoje que : "Os miúdos adoravam-na. Ela tinha uma roupa um bocado bizarra. Ela parecia diferente…..ela era diferente, e eles adoravam-na."

No fim da actuação, e no decorrer da conversa que manteve com Dick Clark, Madonna disse ao apresentador que o seu grande objectivo era dominar o mundo, quando este lhe perguntou o que pretendia conseguir com a sua carreira e até onde pretendia chegar.

Madonna, parecia ter os seus objectivos bem traçados e definidos. Deixou ainda claro que não era pessoa para deixar nada a meio ou desistir.

Foi uma questão de dias até se perceber que de facto muita coisa se estava a alterar gradualmente mas de forma quase que epidémica na sociedade jovem norte-americana.

Jovens vestidas ao melhor estilo vanguardista de Madonna desfilavam agora pelas ruas deixando transparecer que nada voltaria a ser como antes.

O ano de 1985, foi um ano especialmente ocupado para Madonna. O seu vídeo "Material Girl", saiu a 1 de Fevereiro, o "Vision Quest " em Fevereiro e a sua estreia no filme "Desperately Susan" saiu no inicio de Março.

Graças à trilha sonora do filme "Vision Quest" e em especial o single "Crazy for You", Madonna , conseguiu a sua primeira nomeação para Grammy.

Ainda no decorrer do ano de 85 e durante a rodagem do clipe "Material Girl ", Madonna conhece Sean Penn que entretanto participava no clip.

Diz-se que a química entre ambos era tanta que por vezes bastava um olhar para que de imediato comunicassem e se compreendessem.

Estavam apenas dois anos volvidos sobre a edição do seu álbum de estreia quando Madonna casou com o actor Sean Penn, a 16 de Agosto de 1985 no dia do seu 27ş aniversário, numa cerimónia realizada em Malibu na Califórnia. O casamento durou quatro anos, mas ditam as más línguas de que a primeira vez que a cantora falou em divórcio tinham passado apenas 2 anos e meio. O não definitivo ao Sr. "Dead Man Walking" surgiu somente em 1989.

Circularam em 1985 e em vésperas do casamento histórias que confirmavam o facto de nem os astros darem final feliz ao enlace entre ambos. Ainda assim, apesar de não terem deixado descendência deixaram para a posteridade o filme "Shanghai Surprise", um fracasso comercial que deu ao casal a oportunidade de contracenar juntos.

"I tried to stay ahead
I tried to stay on top
I tried to play the part
But someone I forgot
Just what I did it for
And why I wanted more
This type of modern life
Is it for me
This type of modern life
Is it for free"

Estes versos pertencem ao mais controverso e falado single dos últimos anos, precisamente o tema que deu título ao álbum "American Life", que Madonna construiu tendo como base a sua visão dos eua. Um país que pelo visto não terá mudado assim tanto desde a altura do "Everybody".

Segundo Madonna, vinte anos tinham passado, continuavam a prevalecer a deturpação de valores familiares, a corrupção dos valores face a uma lei do mais forte que dita sempre quem é o vencedor.

Era a lei da selva na sua maior força.

É preciso ter em atenção que esta é não só uma critica á sociedade politica global, como também á sociedade e em particular ao mundo do espectáculo.

Apesar de ter passado despercebida por via da associação imediata do video "American Life" á guerra do Iraque a verdade é que existe uma grande critica ao mundo da música e ao mundo do espectáculo.

Madonna, reconhece que apesar das dificuldades que teve para alcançar o que pretendia a verdade é que há muita gente que batalha muito, e é constantemente explorada.

Madonna, conseguiu sempre ao longo do seu crescimento desenvolver e manter acesa a determinação que a caracteriza aliada á força de carácter que herdou ao longo dos tempos foi construindo e á desinibição com que atempadamente aprendeu a controlar e a aplicar.

Para além disto teve sempre a estrelinha de conhecer as pessoas certas na altura certa.

Disse que queria dominar o mundo, o que é facto é que facto o conseguiu. Ou pelo menos está muito perto de o conseguir.

O que também é verdade é que nem sempre utilizou técnicas consensuais. Sensuais sim e sobretudo polémicas muitas delas até censuradas ou pelo menos censuráveis, mas consensuais nunca.

Foi com single "Papa Don´t Preach" que Madonna feriu as primeiras susceptibilidades.

O álbum "True Blue" (1986) o seu terceiro álbum foi o responsável por esta façanha.

O single deu origem ás mais variadas reacções por parte de grupos de jovens religiosos, uma vez que no clip era contada a história de uma jovem mãe solteira, e sua determinação em ficar com a criança, abordando assuntos como o aborto e a gravidez na adolescência.

Três anos mais tarde surge o single "Like a Prayer" que por outras razões igualmente polémicas também deu muito que falar. Desta feita estava uma temática de cariz muito pouco religioso. Ao contrário do que dava a entender o nome da canção, podiam ver-se crucifixos a arder e imagens de conteúdo sexual bem explícito no clip.

No meio de tudo isto quem saiu a perder foi a Pepsi, que depois de ter assinado um contrato milionário com a cantora para utilizar o tema "Like a Prayer" numa campanha publicitária, foi obrigada a retirar os anúncios do ar depois de os ter passado apenas uma vez.

Indiferente ao que se pudesse dizer acerca dela, e ás chamadas más línguas Madonna fez questão de em 1990 e através da digressão "Blonde Ambition " dar uma nova chapada nos falsos valores morais da sociedade americana e global. Assumiu uma postura altamente provocante mas maturamente fermentada.

As coreografias carregadas de convites á sexualidade chocaram na altura muita boa gente provocando o caos entre os oficiais de justiça que se viram numa alhada tremenda na impossibilidade de conseguir responder ás queixas que pareciam vir de todos os lados.

Não satisfeita com os resultados Madonna continuou a insistir na técnica que dita que a melhor forma de conseguir alcançar ou fazer passar uma mensagem é através da chamada "má publicidade". O video promocional de "Justify my Love" não chegou sequer a passar na MTV em versão revista e censurada.

A cantora recusou-se a cortar qualquer tipo de cenas, optando por esperar que a poeira assentasse para mais tarde o pôr a venda em versão original nas lojas de discos.

Ainda não satisfeita com toda a revolução que já estava a criar, foi ainda mais longe na constante procura de querer chocar mais e mais.

Foi então que surgiu "Sex", um livro onde descreve e relata as suas fantasias sexuais.

Este livro continha fotografias e revelações sexuais altamente reveladoras e censuráveis, que chocavam até os mais ferrenhos seguidores e fãs de Madonna que até então julgavam estar preparados para o que de mais chocante e estranho pudesse surgir por parte da cantora.

J. Randy Taraborrelli, o grande responsável pela obra de "Madonna : Intimate Biography", comentou que Madonna muito provavelmente terá tentado transmitir a mensagem de que não há nada de errado com a sexualidade, e como tal esta deve ser tratada como um livro aberto, sem quaisquer tipo de tabus.

O que é facto é que nem toda a gente estava preparada para o que estava a acontecer, nem mesmo muitos dos maiores fãs de Madonna que ficaram naturalmente chocados.

Acho que a sociedade em geral não estava pronta para lidar com questões como estas.

A verdade das verdades é que apesar da mediatização que se julgava ser negativa ao seu livro, este acabou por esgotar em poucas horas.

Acredite-se ou não o livro acabou por abrir mentalidades e serviu de catalisador á liberdade sexual da mulher.

Madonna, tinha já atingido um estatuto que lhe permitia ir onde mais ninguém tinha ido. Estes excessos se fossem atribuídos a outra pessoa não seriam tão facilmente digeríveis.

Madonna, soube sempre desbravar este tipo de caminhos, soube sempre fazê-lo de maneira inteligente e adulta. Soube sempre quando avançar, mas sobretudo quando parar. E isso é que foi determinante para que a sua mensagem passasse.

"True Blue", editado em 1986, foi o primeiro álbum da cantora onde voluntariamente e de forma directa apelava à polêmica, em grande parte devido ao single "Papa don´t preach", tendo sido sucedido três anos mais tarde pelo tb muito pouco ortodoxo "Like a Prayer", para grande desagrado das autoridades religiosas que ficaram absolutamente chocadas. O tema foi inclusivamente censurado pelo Vaticano.

A politicamente incorrecta digressão "Blonde Ambition" foi levada a cabo em 1990, o mesmo ano em que Madonna fez chegar ao mercado o álbum "I´m Breathless", com canções do filme Dick Tracy, e o grande greatest hits "The Immaculate Collection", onde foi incluído o controverso single "Justify my Love"

O ano de 1992 ficou marcado pelo primeiro Grammy de Madonna (a propósito do documentário da digressão "Blonde Ambition ") e pela edição do livro "Sex ", mas principalmente pela assinatura do contrato da cantora com a Time Warner e consequente fundação da editora Maverick, que hoje acolhe artistas como Alanis Morissette, Prodigy, Deftones e Michelle Branch.

O álbum "Bedtime stories ", foi editado em 1994 e do qual extraiu o single "Take a Bow", que esteve nove semanas em número um nos EUA, e que muitos consideram ter marcado o fim de uma era na carreira de Madonna.

No entanto foi com o filme musical "Evita " e com a primeira gravidez, que Madonna "anunciou" oficialmente uma viragem no rumo da sua carreira. Em "Evita ", Madonna encarna a personagem da Eva Péron. Papel que veio a trazer-lhe um Globo de Ouro. Ainda a respeito da fase "Evita ", rezam muitas histórias que confirmam que durante largos meses a pequena Lourdes só adormecia se a mãe lhe desse a ouvir a banda sonora de "Evita ". Isto só vem a evidenciar o grandioso e intenso trabalho que Madonna desenvolveu em torno da personagem e que muitas vezes não conseguia dissociar do facto de ser mãe. Lourdes, para nos situar-mos melhor era filha do então namorado, e preparador físico da cantora, Carlos Léon. Lourdes Maria ciccone, nasceu no dia 14 de Outubro de 1996. Completamente absorvida pela filha, Madonna fez questão de deixar bem claro junto da imprensa nas entrevistas que deu na altura que a partir de então e com o nascimento de sua filha não tomaria mais decisões que pudessem afectar o futuro da pequena Lourdes.
Foi precisamente a pensar na filha, e no futuro, que a cantora mudou de postura artística e musical .

A provar pelos resultados obtidos as mudanças vieram na altura devida, uma vez que em 1999, Madonna recebeu três prémios Grammy pelo álbum de 1998, "Ray of Light", nas categorias de Melhor Álbum Pop, Melhor Disco de Dança e Melhor Vídeo. Novo Grammy em 2000 pelo single "Beautiful Stranger ", incluído na banda sonora de "Austin Powers: The Spy Who Shagged Me.

Em 2000, Madonna, anuncia nova gravidez, desta feita do realizador britânico Guy Ritchie. Fruto do amor de ambos nasceu no dia 11 de Agosto, Rocco John Ritchie.

Ainda no mesmo ano Madonna deu o nó com Guy numa cerimónia privada na Escócia no castelo de Skibo em Dornoch. O casal conhecera-se dois anos antes por intermédio de Trudi Styler, a mulher de Sting.

Ainda em 2000, depois de comunicada ao mundo a segunda gravidez, Madonna, faz chegar o álbum "Music" às lojas com uma nova faceta que entretanto desenvolveu : a de cowgirl. Esta faceta então a descoberto surge e segundo Madonna, em representação da sua nacionalidade norte-americana. Definitivamente aliada às novas correntes electrónicas, a cantora convenceu em três tempos grande parte do público que a princípio hesitou em embarcar nos seus novos sons.

Em 2001 Madonna, celebra o regresso à estrada e aos grandes tours. Depois de oito anos sem digressões marcadas, Madonna, levou a cabo a "Drowned World" tour. Ainda em 2001, e na sequência do interesse desenvolvido pela cantora sobre o universo místico do Kabbalah, descendente do Judaísmo, a cantora revelou a Larry King que o nome do seu novo álbum seria escrito em hebraico. Nessa altura, Madonna, falara em algo como "Ein Sof ", que significa "sem fim". Pouco depois, um porta-voz da cantora adiantava que havia ainda muitas possibilidades da ideia não se realizar e "American Life" acabou por ser a opção escolhida.

Para o ano de 2003, Madonna, guardou na manga a estreia no pequeno ecrã, num episódio especial da série "Will & Grace", e editou o seu segundo livro, desta feita dirigido ás crianças, bem como se lançou na preparação de um argumento para um filme cómico baseado na sua vida, que a cantora está a preparar desde Outubro de 2002. Muitos dos amigos mais próximos da cantora entretanto e mais recentemente começaram a demonstrar alguma preocupação com o facto de fugas de informação confirmarem o que a cantora anunciou desde o início, comprometer seriamente e até ridicularizar muitas pessoas próximas.

Ainda a respeito do "American Life", Madonna, emitiu em Março um comunicado onde voltou a afirmar a sua posição pró-paz, e onde explicou que o polémico e censurado teledisco promocional do single de apresentação de "American Life", não representa mais do que a visão que Madonna tem actualmente do mundo á nossa volta. No documento podia ler-se:

«Gastamos milhões de dólares em armamento e muito menos dinheiro na educação e ajudar os desfavorecidos. Nós, americanos, somos culturalmente obcecados com as aparências (....) individualmente e como país. (...) Este vídeo é a minha visão de todas estas coisas e a minha confisão acerca disso e a minha raiva. (...) Claro que sou pró-Paz. Se tivesse um desejo pediria paz para o mundo TODO».

Apesar de ter deixado bem claro, que não queria com o teledisco ferir quaisquer tipo de susceptibilidades numa altura tão complicada como a que se estava atravessar, Madonna, decidiu por livre vontade retirar o vídeo do circuito televisivo. Ainda assim as televisões foram autorizadas a passar alguns segundos do vídeo onde se podia ver-se Madonna a lançar uma granada na direcção de Bush.

A cantora explicou ainda:

«O vídeo foi filmado antes da guerra começar e acho que não é apropriado transmiti-lo nesta altura», acrescentando ainda acerca da retirada do teledisco do mercado que : «Devido ao estado volátil do mundo e por respeito às forças armadas, por quem eu rezo, não me quero arriscar a ofender ninguém».

Apesar das explicações, a imprensa norte-americana não perdeu tempo e depois de ter visto a imagem da granada a aterrar nas mãos de Bush, classificou a atitude da cantora de "anti-americana". No mesmo comunicado a cantora respondeu á imprensa do seguinte modo:

«Também acredito que faz parte de ser americano poder expressar uma opinião contra ou a favor da guerra. As pessoas podem homenagear o seu país de diversas maneiras e ter uma opinião contrária não significa que se seja anti-americano».

Apesar de ter crescido no seio de uma família cristã, Madonna, actualmente estuda e baseia a sua vida nos ensinamentos do Kabbalah, uma filosofia que explica os significados ocultos por detrás do Judaísmo . Em "American Life" ela afirma : "Não sou Judía nem cristã"

Agostinho Spinola e Marcos Vicente



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ristã, Madonna, actualmente estuda e baseia a sua vida nos ensinamentos do Kabbalah, uma filosofia que explica os significados ocultos por detrás do Judaísmo . Em "American Life" ela afirma : "Não sou Judía nem cristã"

Agostinho Spinola e Marcos Vicente



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