A banda inglesa Bolshoi teve uma carreira muito curta, porém deixou registrado um trabalho marcante nos anos 80. Eu decifro como um disco enigmático, pois claramente é um álbum technopop-rock, mas percebemos influências gothic em algumas músicas carregadas de melancolia, evoluindo com a roupagem eletrônica, sem abandonar os riffs de guitarra e um baixo característico. Inicialmente, o álbum seria lançado com o nome de “Friends or Friends?” e posteriormente o grupo o reduziu apenas para “Friends”, curto, simples e agradou. Acabou se tornando o melhor disco da banda, que abriu caminhos para vários shows pelo mundo, Argentina, México, Polônia, Canadá, Holanda, França, Alemanha, Espanha e também o Brasil, num show inesquecível, além de tocar imensamente nas rádios e casas noturnas, no auge da fase “Dark”.
Agora um breve comentário sobre as faixas: A WAY : Segundo grande sucesso do Bolshoi, que fez muito sucesso nos Estados Unidos, Europa e Brasil. A sonoridade se aproxima muito com The Cure, e isso fez com que a faixa desse certo. MODERN MAN : Quem escuta essa faixa, facilmente a associará com a sonoridade do Mission, com um vocal bem semelhante ao Peter Murphy, muito boa! SOMEONE’S DAUGHTER : Faixa que certamente inspirou a futura banda DeVision, seja pela sonoridade ou pelo vocal. Interessante a forma como o vocalista Travor Tanner brinca pelo disco, experimentando diversas entonações. SUNDAY MORNING ; Sucesso absoluto, se tornou a música mais conhecida aqui no Brasil. A banda soube usar o synth de uma maneira única, deixando a faixa gostosa de ouvir e imortalizada. LOOKING FOR A LIFE : Grande música do álbum, cuja sonoridade nos faz lembrar um pouco de Sisters. ROMEO IN CLOVER (CALL GIRLS) : Faixa interessante, pois em certos pontos, a música simplesmente fica sem vocal e som, dando a impressão que terminou, porém continua. BOOKK ON THE BONFIRE : Essa não ficou conhecida por aqui, mas foi lançada como single e se tornou marcante na Inglaterra. PARDON ME : Música mais melancólica do disco, nem ao estilo gótico.
WASPY : O álbum encerra com chave de ouro com essa faixa sombria, crucial na visão dos fãs mais ardorosos.
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Carlos Simões |