Não há dúvidas que Fresh Fruit for Rotting Vegetables do Dead Kennedys é considerado um marco do Punk! Um Punk mais rápido, sem fôlego, ácido, pesado, agressivo criado até aquele momento... Uma banda iniciante, independente, sem dinheiro, boicotada pelas rádios que escancarou várias declarações maliciosas, ferozmente inteligentes, encarnando uma vingança dos rejeitados, tímidos, feios, nerds, punks, skatistas, enfim, de todos aqueles considerados “diferentes”... Merece seu lugar na história musical!
Álbum de estreia da banda, foi lançado em 2 de setembro de 1980 no Reino Unido pela gravadora Cherry Red Records e pela Alternative Tentacles nos EUA. Produzido por Norm e pelo próprio guitarrista da banda, East Bay Ray, chegou ao segundo lugar da UK Indie Chart.
Na versão original em vinil, o lado A continha faixas de 1 a 7 e o lado B, faixas de 8 a 14. Com duração de menos de 4 minutos, cada música apresenta um contexto agressivo e imediato, bem típico do legitimo punk rock. As letras retratam uma visão satírica sobre quase tudo, desde a guerra até a doença mental, preparando o cenário para a tendência política e humorística da música feita pelas dezenas de bandas que este álbum inspiraria decádas à frente.
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FICHA
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"Dead Kennedy's - Fresh Fruit for Rotting Vegetables"
Data de Lançamento: 1980
Número de Faixas: 15
Estilo: Punk
Tempo Aproximado: 32 minutos
Faixa-a-Faixa:
Lado A
01. Kill The Poor - 3:01
02. Forward To Death - 1:20
03. When Ya Get Drafted - 1:20
04. Let's Lynch The Landlord - 2:07
05. Drug Me - 1:52
06. Chemical Warfare - 2:50
07. Too Drunk To Fuck
Lado B
01. California Uber Alles - 2:59
02. I Kill Children - 2:00
03. Stealing Peoples' Mail - 1:32
04. Funland At The Beach -1:45
05. Ill In The Head
- 2:45
06. Holiday In Cambodia 4:30
07. Viva Las Vegas 2:28
Produtor – Norm
Gravadora: Alternative Tentacles |
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A capa do álbum mostra vários carros de polícia sendo incendiados, mostrando o "White Night Riots" que ocorreu em 27 de novembro de 1978, data em que o ex-supervisor de San Francisco Dan White, assassinou o prefeito George Moscone e o supervisor Harvey Milk.
Em 1986, com o sucesso de California über Alles nas rádios brasileiras, o álbum foi relançado, com o desejadíssimo vinil branco, e se tornou um dos almejados discos de vinil de colecionadores brasileiros e de todo o mundo! Só no Brasil foi lançado o vinil branco, virou item de colecionador... muita gente usa o termo "mosca branca" quando algo é muito raro, nesse caso podemos usar "vinil branco"
Apresentando uma fusão de acordes brilhantes e cortantes, baixos hiperativos com a voz feroz do vocalista Jello Biafra, a banda impiedosamente despachou mensagens cruéis, irreverentes e sem cerimônia na corrupção política e na idiotice humana com uma mistura de ira e desolação... Vamos conferir algumas faixas:
Em “California Über Alles", o vocalista resolveu cantar como se fosse o próprio político Jerry Brown, governador da Califórnia, com tendências fascistóides que lança sua pré-candidatura à presidência, explicando os atos de sua administração e revelando ambições na carreira. Nome da música é uma referência ao hino da Alemanha Nazista "Deutschland Übes Alles" (Alemanha acima de tudo". A primeira delas é a de chegar a presidência do país para implantar um regime zen-fascista: polícia secreta e câmera de gás orgânico envenenado estão nos planos do futuro mandatário... A música começa com um inconfundível rufo de bateria, em estilo militar, mergulhando em uma linha “sinistra" de baixo, seguindo com o riff de guitarra, antes de apresentar uma das vozes mais contestadoras do universo musical: a voz do cantor Jello Biafra.
“Holiday in Cambodia”, com seus quatro minutos e meio é quase um épico dentro de um disco onde a maioria das faixas dura apenas um minuto e meio. Retrata um ataque a um universitário americano estereotipado e privilegiado. Sua letra oferece uma visão satírica de americanos jovens, ricos e hipócritas, contrastando esse estilo de vida com a ditadura genocida do Khmer Rouge, liderada por Pol Pot. Há relatos evidenciando ser o grande responsável pela morte de cerca de dois milhões de pessoas no Camboja entre 1975 e 1979.
"I Kill Children" é cantada a partir da perspectiva em primeira pessoa de um assassino de crianças sem nome. Ele satiriza fatos com extrema violência e conservadorismo. Jello Biafra disse que escreveu a música quando tinha 18 anos de idade, depois de pensar em como e por que as pessoas se tornavam serial killers...
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“Viva Las Vegas” é uma regravação de uma canção de 1963, escrita por Doc Pomus e Mort Shuman e gravada por Elvis Presley. A música fazia parte dos shows da banda desde o início da carreira. Essa versão usa um ritmo ligeiramente mais rápido, mas mantém a estrutura melódica. Apresenta algumas mudanças na letra, no segundo e terceiro versos, utilizando sátiras.
Destaques para as músicas: “Forward to Death”, “Your Emotions”, de autoria exclusiva de East Bay Ray, “Let´s Lynch The Landlord”, com atenção para a linha de baixo de Klaus, e “Chemical Warfare”, com quase três minutos, são perfeitas em sua amplitude. “Drug Me”, se fosse mais extensa, perderia parte do seu impressionante poder de impacto.
As músicas e letras do DK permanecem atuais... Mesmo depois de 3 décadas, as críticas se encaixam perfeitamente no mundo atual... Vale a pena conferir essa pedrada musical na íntegra!!!