Contra Capa de Penthouse and Pavement |
O Heaven 17, uma das bandas de primeira linha de technopop inglês, embora muitos ainda não conheçam profundamente, é um dos grupos mais importantes da década de 80, por ter nascido do Human League, banda pioneira da sonoridade dos anos 80, formada em meados de 1977 por Ian Graig Marsh, Martin Ware e Phillip Oakey, na cidade industrial de Shefield. Ian e Martin eram operadores de computadores, experimentalistas e com muita energia e vontade para formar um grupo de música eletrônica, convidaram Phill Oakey para assumir os vocais, que se tornou a principal referência do Human League. Assim como Martin e Ian, Phil também não era músico e sim porteiro de hospital.
O som do Human League nos anos 70 era bem diferente do Human League dos anos 80, era algo mais experimental, tanto que em março de 1977 com a entrada de Adriam Wright, o gênio dos slides e projeções, apresentavam perfomances que beiravam entre o caótico e o absurdo com truques de palco e filmes de ficção cientifica.
Lado A do Vinil |
Um típico concerto do Human League era Martin e Ware, perdidos no fundo do palco, tirando sons de suas máquinas (muito próximos ao som expeirmental do Kraftwerk) e Oakey de vez cantando algumas e entonando frases de efeito, enquanto Adam era o centro das atenções com sua tela. Eram tantas idéias juntas que acabaram causando muitos atritos, gerando a saída de Martin e Ian em 1980, tudo à vésperas de uma turnê. Essa separação acabou gerando bons frutos para os dois lados, muito boa musicalmente falando, pois como todos sabemos, Phill continuou com o Human League, e foi um dos grupos mais influentes dos anos 80 e Martin e Ware formaram a British Electric Foundation (B.E.F.) que era um grupo destinado a produzir discos e depois formaram o Heaven 17, que teve a entrada de Glenn Gregory, que também não era um nerd musical, mas sim um fotógrafo.
O nome Heaven 17 nasceu do filme Laranja Mecânica, filme de Stanley Kubrick, influente até hoje, quando Alex está na loja comprando um disco de uma banda em um clima futurista, exatamente a cara da banda.
Em 1981, a British Electric Foundation (B.E.F.) produziu o "Penthouse and Pavement", um dos melhores discos de Synth Pop de todos os tempos, devido a sua qualidade musical e suas letras com conteúdo fortemente político, que vai desde a capa do mesmo, que de forma inteligente, faz uma paródia ao surgimento das multinacionais que no início dos anos 80 estavam em alta, acompanhado de um questionamento certeiro nos yuppies de Wall Street. Uma banda decididamente politizada, quando se falar em bandas influentes e atuantes politicamente, em primeiro lugar com certeza estará o Heaen 17, só não tiveram a mesma projeção de bandas mais comerciais, uma vez que o Heaven 17, questionava o acúmulo de capital e o sistema como um todo, não apenas uma rainha aqui ou um governo de menor expressão ali. O Heaven 17 chegava com seu primeiro álbum para dar a cara experimentalista eletrônica que foi a principal contribuição dos 80 à história da música e com um discurso anti-facista que não tinha medo de denunciar os opressores do mundo, incluindo a pseudo democracia norte-americana e a enganadora política internacional inglesa. Uma banda que chegou para questionar o status quo e inovar! Enfim, uma das bandas mais importantes da história da música, mas sempre muito boicotada pela mídia que só tocava o que era do seu interesse na época (infelizmente ainda tem muito disso, até hoje).
O primeiro single foi lançado em 1981, chamado (We Don't Need This) Fascist Groove Thang, foi muito bem acolhido pela mídia e pistas de danças, apoiado pelo DJ John Peel, e como dito antes, devido ao seu conteúdo fortemente político, foi censurada pela BBC, pois a letra da música fazia uma forte insinuação ao recém eleito presidente do EUA (Ronald Reagan – o ator) que o mesmo era facista. O single vem acompanhado de Decline of West do B.E.F. tanto nas versões 7” e 12”. O Single ficou em 45º na parada da Billboard.
|
FICHA
|
"Heaven 17 - Penthouse and Pavement"
Data de Lançamento: 1981,
10 faixas
Faixa a Faixa:
Pavement Side
01. (We Don't Need This) Fascist Groove Thang (4:17)
02. Penthouse And Pavement (6:20)
03. Play To Win (3:30)
04. Soul Warfare (4:57)
Penthouse Side
01. Geisha Boys And Temple Girls (4:30)
02. Let's All Make A Bomb (4:02)
03. The Height Of Fighting (3:00)
04. Song With No Name (3:33)
05. We're Going To Live For A Very Long Time
Produzido por: B.E.F
Capa: Ray Smith
Gravadora: Virgin |
Lado B do Vinil |
O segundo single Play to Win foi lançado em 1981. Muito tocada, soava como uma sequência de chamados-e-respostas, e com uma linha de baixo muito bem tocada que vale a pena ouvir bem alto para escutar o baixo que influenciou muito as bandas que vieram depois nos anos 80. Jogue para vencer, sem segredos e sem escutar mentiras, fantástico, ficou em 46º na parada da Billboard.
A faixa título Penthouse and Pavement marcada fortemente por um ritmo latino e funk setentista usado muito por Kool and The Gang foi o terceiro single do disco, lançado em 1981. Muito dançante tinha ainda no seu single 7” e 12” uma versão instrumental da mesma. A letra falava sobre o trabalho com conteúdo político, onde desde jovem você trabalha muito, literalmente você "dá o sangue" pelo seu trabalho, pois os seus sonhos se tornam ideiais e amor, meio que uma crítica as multinacionais, onde os funcionários trabalhavam mais que podiam. Esta ficou em 57º posição.
Soul Warfare é a quarta faixa do disco. A sua letra começa com ele afirmando se ele fosse alguém, você poderia dizer o que você ainda o que você está dizendo, eu poderia estar vagando em sua consciência com minha alma guerreira
O último single lançado deste disco é The Height of the Fighting (He-La-Hu . que vem acompanhado de Honeymoon In New York e não ficou qualificado na parada da Billboard.
A Song With no Name fala de um cara que não consegue dormir, não pode trabalhar, não pode comer devido que sua vida passou e ele não conseguiu chegar em algum lugar e só lhe restava beber nos bares, que foi algo que destruiu a sua carreira. Faz muito sentido com muitas pessoas que vemos e conhecemos em nossas vidas, uma letra muito forte e uma música muito boa de se escutar.
Lets All Make the Bomb – teve um resultado muito eficaz fazendo parte do lado B, com uma linha mais vanguardista, como as letras marcam essa banda vamos todos fazer uma bomba.
Essa é uma banda que muitos não conhecem, mas vale muito apena tanto pela sua influência musical e suas letras de conteúdo altamente político, seguido de outros dois discos maravilhosos “Luxury Gap” de 1982 e “How Men Are” de 1984.