Notorious
Human League - Dare!


Joanne

Philip Oakey

Suzanne

Philip no Autobahn

Dare! Um dos melhores álbuns da década de 80. Certamente você já ouviu isto em algum lugar, mas o detalhe é entender o porquê. O início da década de 80 cheirava a bits e bytes com toda a sua promessa tecnológica, a esperança começava a brilhar nos olhos de uma juventude que nem havia entendido direito o que fora o movimento punk mas sabia que algo novo estava surgindo como resultado direto de toda aquela anarquia musical/social.

De um lado a névoa sombria da coldwave e do outro o glamour new romantic inspirado pelos grupos "gliter" da década anterior e no meio de tudo isso haviam ainda aqueles que não só faziam história como já eram parte dela, mesmo sem se dar conta disso. The Human League trilhava por este caminho, seja esbarrando no industrialismo de Throbbing Gristle ou nadando pelos mares do experimentalismo pop de artistas como Gary Numan.

Seus dois trabalhos anteriores, Reproduction (1979) e Travelogue (1980), eram o prenúncio de algo ainda incerto e que com um pouco mais de agressividade teria levado o The Human League para lugares bem distantes do synthpop. Há coisas que depois de concluídas nos fazem parar e pensar: o que foi que aconteceu mesmo? Dare foi assim, na sequência da saída de Martyn Ware e Ian Marsh (ambos formaram o Heaven 17), o que poderia ter sido o fim da banda deu novo fôlego aos remanescentes Adrian Wright e Phil Oakley.

Entram para o time o baixista Ian Burden e uma dupla de estudantes: Susanne Sulley e Joanne Catherall. Se tudo fosse minuciosamente planejado não teria dado tão certo. É impossível evitar as referências ao se ouvir este disco com um pouco mais de cuidado. The Things That Dreams Are Made Of, abre com um toque indisfarçável de new romantic e uma letra para você rever os conceitos sobre felicidade, vale a pena uma boa leitura. Open Your Heart um dos muitos hits deste álbum traz a sofisticação digna de um Ultravox aliada à uma melodia que nos faz pensar em alguns trabalhos do OMD, lembrando que a referência aqui é o The Human League, e não o contrário ; )

The Sound of the Crowd com sua batida quase militar usa e abusa da technologia de forma maestral. Considere que anos depois surgiram sintetizadores muito mais avançados e computadores com mil recursos, com o que tinham à mão souberam extrair ritmos e texturas sonoras memoráveis que soam atuais até hoje.

 
FICHA

 

"The Human League - Dare!"
Data de Lançamento:
1981
12 faixas, aproxim. 40'30".

Faixa a Faixa:
01- The Things That Dreams Are Made Of 4:14
02- Open Your Heart 3:53
03- The Sound of the Crowd 3:56
04- Darkness 3:56
05- Do or Die 5:23
06- Get Carter 1:02
07- I Am the Law 4:14
08- Seconds 4:58
09- Love Action (I Believe in Love) 4:58
10- Don't You Want Me 3:56
11- Hard Times 5:45
12- Non-Stop 4:19

Produção: The Human League e Martin Rushent

Darkness é uma pérola, apesar do clima romântico, a letra é quase um conto de Edgar Alan Poe, terror total e synthpop de primeira!

Do or Die lembra um pouco o que foi dito linhas acima, com um pouco mais de agressividade o The Human League teria sido uma banda completamente diferente.

Get Carter, um minutinho de experimentalismo não faz mal à ninguém, essa música é o prelúdio para I am the Law, uma viagem que atravessa o disco de forma atemporal e mostra a maturidade da banda ao criar músicas mais sofisticadas.

Seconds é mais uma daquelas para iniciados e cabe bem em qualquer trilha sonora dos anos 80.

Love Action por sua vez é hit disparado e se você ainda não viu, procure o vídeoclip na internet, Susanne e Joanne dançando são imperdíveis! Juro que não é perseguição, mas aqui estamos às voltas com a última do lado B, e vejam, esta é especial por diversos motivos, a começar pelo fato de que sequer deveria estar neste álbum. Longe de ser uma música ruim, a história da banda que o diga, foi um dos maiores hits do ano e até hoje não há festa dos anos 80 que sobreviva sem ela.

Dont You Want Me é uma estranha no ninho se for comparada com as outras faixas e entrou no álbum na última hora. Fechou com chave de ouro e foi hit arrasador nas paradas US e UK ao mesmo tempo, pode contar nos dedos quantos artistas fazem isso. Para finalizar, se você possui uma versão japonesa ou o CD lançado anos depois certamente pode ouvir mais duas faixas: Hard-Times e Non Stop. Impossível resistir à este álbum. I "Dare" you!!

Enjoy : )

Gabriel Front