Sexto álbum do Kraftwerk, Trans-Europe Express foi lançado em 1977 pela Kling Klang Records (gravadora da banda) na Alemanha e pela Capitol Records (selo da antiga EMI, hoje incorporada pela Universal) no restante da Europa, no Japão, EUA, Canadá e Brasil. Esse álbum é um dos principais pilares do que seria a música dos anos 80. Por isso alguns álbuns que aparecem aqui na seção Notorious foram produzidos antes de 1980, foi escolhido a dedo por ser um dos discos que mais influenciou as bandas dos anos 80 - de Joy Division a Alphaville e Pet Shop Boys.
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FICHA
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"Kraftwerk - Trans Europa Express"
Data de Lançamento: 1977
Faixas: 07 faixas
Duração: 43 minutos aprox.
Estilo: Eletrônica/Technopop
Faixa a Faixa:
Lado A
01. Europe Endless - 9:35
02. The Hall Of Mirrors - 7:50
03. Showroom Dummies - 6:10
Lado B
01. Trans Europe Express - 6:40
02. Metal On Metall - 6:52
04. Franz Schubert - 4:25
05. Endless Endless - 0:45
Bateria Eletrônica - Karl Bartos, Wolfgang Flur
Vocal, Eletrônicos - Florian Schneider, Ralf Hutter
Engenheiro [Klingklang Studio] – Peter Bollig
Engenheiro [Rüssl Studio] – Thomas Kuckuck
Engenheiro [The Record Plant] – Bill Halverson
Fotografia – J. Stara, Maurice Seymour
Produtor - Florian Schneider, Ralf Hutter
Sintetizador - [Synthanorma Sequencer] – Matten & Wiechers
Tipografia - Ink Studios Düsseldorf
Gravadora: Kling Klang |
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Lançado em alemão e inglês, ambas versões foram comercializadas praticamente nos mesmos países. A versão em alemão tem uma faixa a mais, a "Abzug", mas a edição francesa contou com um diferencial. Convencidos pelo produtor e gerente da Capitol, Maxime Schmitt, o grupo gravou uma versão em francês da faixa "Showroom Dummies", chamada "Les Mannequins". Principal responsável pelo marketing da banda na França, Maxime sugeriu que lançassem a versão em inglês do álbum e que "Showroom Dummies" fosse substituída por sua versão em francês. A decisão inusitada se tornou um marco, pois foi a primeira vez que o grupo gravou uma música em francês. Atitude que passariam a repetir em futuros álbuns.
O álbum entrou até nas paradas americanas entre os álbuns mais vendidos da Billboard e nas paradas alemãs alcançou a 32º posição. Já nas paradas britânicas ficou na 49ª posição, mas somente em 1982, em um de seus relançamentos. Pode não parecer muito, mas por se tratar de um estilo tão "alternativo", não se pode negar que foi um grande feito.Foi numa entrevista sobre este disco que nasceu o termo EBM (Electronic Body Music) quando Ralf Hutter foi perguntado pela New Musical Express em 1977, sobre a sonoridade do novo álbum.
No Brasil então foi mais importante, foi o disco que abriu as portas da música eletrônica para o público brasileiro. Foi a partir deste disco que milhões de brasileiros viraram fãs de Kraftwerk e mais tarde New Order, Depeche Mode, Human League, Pet Shop Boys e todas as bandas que seguiram seus passos! Aliás foi através dos passos que o Kraftwerk ficou conhecido no Brasil. A propaganda dos sapatos Starsax, um jovem andando pela linha do trem sincronizado com os passos na música Hall of Mirrors. A música se tornou um sucesso imediato entre os futuristas brasileiros, pessoas visionárias que queriam saber quem cantava aquela música. O sucesso dos shows do Kraftwerk no Brasil explicam essa paixão que nasceu com Hall of Mirrors.
A evolução que o grupo atingiu desde o começo da carreira se mostra mais evidente ainda neste álbum. Pouco a pouco, álbum por álbum, o crescimento e mudança se mostram com mais clareza. O minimalismo, essa riqueza de detalhes, está muito evidente em Trans-Europe Express. Todos os instrumentos e efeitos estão no seu devido lugar e é muito fácil identificar cada um deles, até mesmo os mais leigos e de ouvidos menos apurados conseguem percebê-los.
Essa riqueza não se mostra apenas na melodia de cada faixa mas também nas letras. Algumas enaltecem a Europa enquanto outras abordam temas mais profundos e subjetivos da mente e alma humana. Como "The Hall of Mirrors" que fala sobre o como nos enxergamos as vezes, o lado bom e ruim que vemos quando nos deparamos no espelho ou como "Showroom Dummies" que fala sobre o como ficamos expostos e a preocupação em superar as expectativas dos outros, o como isso controla nossas atitudes. .
Considerado icônico, muitas bandas foram influenciadas por todos os trabalhos deles e especialmente por este. Ian Curtis, por exemplo, era fã inveterado da banda e fazia questão de tocar Trans-Europe Express antes dos shows. Stephen Morris declarou que este é seu álbum favorito do Kraft
A revista britânica de música Q classificou o álbum em 4 estrelas e a revista Rolling Stone o colocou entre os 500 Maiores Álbuns de Todos os Tempos. O canal VH1 (muito bom canal de música, por sinal) o incluiu em sua lista dos 100 Maiores Álbuns de Todos os Tempos.
Realmente excelente, esse é o meu segundo álbum na lista dos meus favoritos de Kraft! Não só por causa de faixas como "The Hall of Mirrors" ou "Showroom Dummies", mas pelo álbum como um todo. Gosto sempre de salientar a importância de Kraftwerk para o cenário musical de hoje, e não só o eletrônico. Para entendê-lo melhor é realmente importante conhecer Kraftwerk, principalmente um álbum tão representativo como este.