Depois de passar alguns anos em Londres, em contato com recém surgidas bandas como Depeche Mode, Echo and the Bunnymen, Culture Club, Spandau Ballet, em 1986 Paulo Ricardo em parceria com Fernando Deluqui, Luiz Schiavon e Paulo Pagni lançou o primeiro álbum do RPM, Revoluções por Minuto, que atingiu ainda no ano de lançamento a venda de 500 mil cópias, sendo o primeiro disco duplo de platina no Brasil. Com uma produção e arranjos musicais superiores a tudo que já havia sido feito por aqui, numa mistura de technopop, new wave e pós-punk, o disco levou a banda ao sucesso imediato, dando início à turne de 15 meses initerruptos, durante a qual lançaram álbum Revoluções por Minuto ao Vivo, que atingiu o recorde de vendas de 2 milhões de cópias. O primeiro sucesso a estourar nas rádios foi Louras Geladas, faixa integrante do álbum Rock Wave. Depois lançaram o single de Loiras Geladas e Revoluções por Minuto, sendo que esta última foi inicialmente censurada por considerarem como uma apologia às drogas. Sabe-se porém que não foi esse o real motivo da censura, mas a crítica ao "Eu já não ando mais sozinho"; ao "Ouvimos qualquer coisa de Brasília/Rumores falam em guerrilha/Foto no jornal/Cadeia nacional" e ao "Agora a China bebe Coca-Cola/Aqui na esquina cheiram cola", entre outros cutucões feitos ao sistema ainda no finalzinho da Ditadura. Enfim, após a liberação da música, já que o AI-5 tinha sido revogado no ano anterior, o álbum foi lançado e outros sucessos estouraram imediatamente nas rádios: Rádio Pirata, com seu refrão que ainda hoje arrepia, Olhar 43, uma das melhores linhas de teclado nacionais, além da lenta e agonizantemente triste A Cruz e a Espada. Temas atualíssimos assim como os outros abordados nesse álbum essencial dos anos 80: a depressão em Juvenilia, o rock e a vida urbana em A Fúria do Sexo Frágil contra o Dragão da Maldade e Estação no Inferno, todas com letras muito bem elaboradas e musicas sensacionais. Curtam muito as músicas mais do que maravilhosas do primeiro álbum dos New Romantics brasileiros do RPM.
Cris Maggio |