Terceiro e último álbum do Soft Cell antes de se reunirem em 2001, This Last Night in Sodom foi lançado em 1984 pela Some Bizzare Records. Embora não tenha alcançado o mesmo sucesso dos álbuns anteriores foi bem aceito pela crítica e atingiu a 12ª posição nas paradas britânicas.
Todas as faixas são muito boas e bem elaboradas, com letras que trazem uma atmosfera mais pesada, até mesmo em músicas que parecem mais alegres, como a “Down in the Subway” que tem um estilo bem rockabilly. Aliás, Soft Cell é uma daquelas bandas em que o ritmo mais alegre engana quem não se atenta à letra, rs. E
como acontece em muitas músicas
do Soft Cell, a faixa “L’Esqualita”
fala sobre um lugar conhecido pela dupla.
A música foi inspirada em um bar
de drag queens com nome bem parecido que
fica em Nova York. Gosto de praticamente todas as músicas do álbum, mas a primeira faixa, a “Mr. Self Destruct”, é minha preferida, principalmente a letra. Também gosto muito de “Meet Murder My Angel” e “Where Was Your Heart (When You Needed It Most)”. Quanto mais dark melhor, rs. Outro clássico inesquecível
desse álbum é Surrender
(to a Stranger), música que fez
muito sucesso no underground paulistano
dos anos 80 em casas como Espaço
Retrô e Madame, no Retrô,
inclusive além de ouvir muito Soft
Cell na pista, no telão do segundo
andar, sempre passava o video Non Stop
Erotic Videos, VHS completo com todos
os clipes da primeira fase do Soft Cell,
entre outros clipes de singles da banda,
uma das bandas mais tocadas na pista e
no telão do Espaço Retrô!
Surrender ficou ainda mais famosa, quando
a 89 FM (na época que ainda era
alternativa), tocava todo dia esse clássico
do Soft Cell, a 97 FM também a
passou a tocar essa música com
bastante frequência, se tornando
top 10 de qualquer balada alternativa
de São Paulo. É muito bom e também vale muito a pena. Mas normalmente sou inclinada a gostar mais das versões originais, afinal de contas podemos encontrar essas faixas bônus em singles e EPs do Soft Cell. O próprio single 12" de Soul Inside (mais uma clássica desse álbum), saiu com 2 edições diferentes, uma delas com 5 músicas, quase um álbum, incluindo a versão 12 de Torch no lado B, e outra com uma maravilhosa versão 12" de 11:58, um prolongamento do prazer. Embora represente a fase final da banda, pois pouco depois de seu lançamento a dupla anunciou sua separação, o álbum é excelente! É interessante o fato de que os melhores álbuns muitas vezes são concebidos nas piores fases de uma banda. Parece que a excelência do álbum acontece para compensar o relacionamento conturbado dos integrantes. Afinal, tudo tem um preço, certo? |
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Natascha Coelho |