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Todo dia 
    O sol da manhã vem e lhes desafia 
    Traz do sonho pro mundo quem já não queria 
    Palafitas, trapiches, farrapos 
    Filhos da mesma agonia 
E a cidade 
    Que tem braços abertos num cartão-postal 
    Com os punhos fechados da vida real 
    Lhes nega oportunidades 
    Mostra a face dura do mal 
Alagados, Trenchtown, Favela da Maré 
    A esperança não vem do mar 
    Nem das antenas de tevê 
    A arte é de viver da fé 
    Só não se sabe fé em quê 
Por quanto tempo ainda vamos ver 
    Fotografias pela manhã 
    Imagens de dor 
    Lições do passado 
    Recentes demais pra esquecer 
    E o futuro o que trará 
    Para as crianças em Teerã 
    Brincar de soldado por entre os escombros 
    Os corpos deitados não fingem mais 
    E as marcas de sangue no chão são lembranças difíceis 
    de 
    apagar 
    Será que ainda existe razão pra viver 
    Em Teerã 
Por quanto tempo ainda vamos ter 
    Nas noites frias e nas manhãs 
    Imagens de dor 
    Em rostos marcados 
    Pequenos demais pra se defender 
E o futuro o que trará 
    Se essas crianças vão sempre estar 
    Pedindo trocado pros vidros fechados 
    Sentando no asfalto sem perceber 
    Que as marcas de sangue no chão são lembranças difíceis 
    de 
    apagar 
    Será que ainda existe razão pra viver 
    Em Teerã 
A novidade veio dar à praia 
    Na qualidade rara de sereia 
    Metade o busto de uma deusa Maia 
    Metade um grande rabo de baleia 
A novidade era o máximo 
    Do paradoxo estendido na areia 
    Alguns a desejar seus beijos de deusa 
    Outros a desejar seu rabo pra ceia 
Ó mundo tão desigual 
    Tudo é tão desigual 
    De um lado este carnaval 
    De outro a fome total 
E a novidade que seria um sonho 
    O milagre risonho da sereia 
    Virava um pesadelo tão medonho 
    Ali naquela praia, ali na areia 
A novidade era a guerra 
    Entre o feliz poeta e o esfomeado 
    Estraçalhando uma sereia bonita 
    Despedaçando o sonho pra cada lado 
Entrei de gaiato num navio 
    Entrei, entrei, entrei pelo cano 
    Entrei de gaiato 
    Entrei, entrei, entrei por engano 
Aceitei, me engajei, fui conhecer a embarcação 
    A popa e o convés, a proa e o timão 
    Tudo bem bonito pra chamar a atenção 
    Foi quando eu recebi um balde d`água e sabão 
    "Tá vendo essa sujeira bem debaixo dos seus pés? 
    Pois deixa de moleza e vai lavando esse convés!" 
Entrei de gaiato num navio 
    Entrei, entrei, entrei pelo cano 
    Entrei de gaiato num navio 
    Entrei, entrei, entrei por engano 
Quando eu dei por mim eu já estava em alto-mar 
    Sem a menor chance nem vontade de voltar 
    Pensei que era moleza mas foi pura ilusão 
    Conhecer o mundo inteiro sem gastar nenhum tostão 
Liverpool, Baltimore, Bangkok e Japão 
    E eu aqui descascando batata no porão 
    Liverpool, Baltimore, Bangkok e Japão 
    E eu aqui descascando batata! 
A polícia apresenta suas armas 
    Escudos transparentes, cassetetes 
    Capacetes reluzentes 
    E a determinação de manter tudo 
    Em seu lugar 
O governo apresenta suas armas 
    Discurso reticente, novidade inconsistente 
    E a liberdade cai por terra 
    Aos pés de um filme de Godard 
A cidade apresenta suas armas 
    Meninos nos sinais, mendigos pelos cantos 
    E o espanto está nos olhos de quem vê 
    O grande monstro a se criar 
Os negros apresentam suas armas 
    As costas marcadas, as mãos calejadas 
    E a esperteza que só tem que tá 
    Cansado de apanhar 
Eu fico sentado rindo 
    Te ouvindo reclamar 
    Meu bem há coisas mais importantes lá fora 
    Que os nossos quadros por pregar 
Mas a gente combina o que for necessário 
    'Cê lava os pratos 
    Eu lavo o carro 
    Ou ao contrário 
    Tanto faz 
Meu nome está no distrito 
    E o seu está nos jornais 
    E não me basta o que eu já sei 
    Eu ainda erro demais 
A gente combina o que for mais seguro 
    'Cê fica em casa 
    Eu pulo o muro 
    Ou ao contrário 
    Tanto faz 
Mas a gente combina o que for necessário 
    Eu lavo o carro 
    'Cê lava os pratos 
    Ou ao contrário 
    Tanto faz 
Phones are ring`s all around 
    But not here in my house 
    I can hear what people say 
    I know they`re goin' out 
There`s a party 
    In the World at night 
    There`s a party 
    And they feel so fine 
    There`s a party 
    And there`s no one by my side 
I don`t think they care 'bout me 
    When they`re havin' fun 
    I sit and eat and watch TV 
    The night has just begun 
There`s a party 
    In the World at night 
    There`s a party 
    And they feel so fine 
    There`s a party 
    And there`s no one by my side 
    But I don`t mind 
A man comes on the silver screen 
    He seems to know that I have no one else to talk to 
    To talk to 
I don`t think they care 'bout me 
    When they`re havin` fun 
    I sit and eat and watch TV 
    The night has just begun 
There`s a party 
    In the World at night 
    There`s a party 
    And they feel so fine 
    There`s a party 
    And there`s no one by my side 
    I`ve said allright!
O homem traz em si a santidade e o pecado 
    Lutando no seu íntimo 
    Sem que nenhum dos dois prevaleça 
O homem tolo se põe a lutar por um lado 
    Até perceber 
    Que golpeia e sente a dor 
    Ele é o alvo da própria violência 
Só então vê 
    Que às vezes o covarde é o que não mata 
    Que às vezes é o infiel que não trai 
    Às vezes benfeitor é quem maltrata 
    Nenhuma doutrina mais me satisfaz 
    Nenhuma mais 
Você 
    É algo assim 
    É tudo pra mim 
    É como eu sonhava, baby 
Você 
    É mais do que sei 
    É mais que pensei 
    É mais que eu esperava, baby 
Sou feliz 
    Agora 
    Não, não vá 
    Embora não 
Vou morrer de saudade