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      Plebiscito  | 
  
Um pouco além de notícias de jornal
    um pouco aquém da situação atual
    este absurdo já é tão constante
    se você parar por um instante
    O que tens que evitar é se acostumar
O poder do sim ou não
    as letras em negrito
    quem cala consente, isso não
    proponho um plebiscito
O absurdo e essa indecisão
    tanto esforço para dar uma opinião
    a plebe incita uma chance
    se você pensar por um instante
    É o caminho ao voto popular
O poder do sim ou não
    as letras em negrito
    quem cala consente, isso não
    proponho um plebiscito
    
    
  
Ontem fez cem anos
    hoje comemoramos
    e está tudo igual
Tem um outro lugar
    isso eu tenho certeza
    lá, não tem disso não
Ninguém pode calar
    o silêncio fala
    bem mais alto que gritar
Tire a mordaça
    ergue a tua taça
    Mas a dúvida ainda é
Demoraria mais de cem anos
    para aprender a boa lição?
    que toda raça de mãos dadas derruba discriminação
Mas existe um outro lugar
Esse retrocesso
    chamam de progresso
    não, não é bem assim
Tem um outro lugar
    isso eu tenho certeza
    lá, não tem disso não
Um ideal que se agarra
    o laço que se amarra
    e isso ninguém tira não
Ontem fez cem anos
    aonde chegamos?
    Que isso sirva de lição
Tem um outro lugar
    com um pouco de fé fará sentido
    mais justo que o nosso lar
    aonde esse canto será ouvido
Demoraria mais de cem anos
    para aprender a boa lição?
    que toda raça de mãos dadas derruba discriminação
Mas existe um outro lugar
    
    
  
Há vidas que por vontade eu canto
    Há vidas que por vontade eu conto
    por muitos lugares andei
    em muitos lugares morei
    Muitas vidas vi passar
    por isso lhe conto meu amigo
    preste atenção, uma coisa vou cantar
A gente só dá valor à juventude
    quando estamos na meia idade
    a gente só dá valor à natureza
    quando moramos na cidade
    a gente só dá valor às amizades
    quando estamos na solidão
    a gente só dá valor à frieza
    quando perdemos à razão
Quem não da valor ao que tem
    não merece ter nada de valor
Há vidas que por vontade eu canto
    Há vidas que por vontade eu conto
    por muitos lugares andei
    em muitos lugares morei
    Muitas vidas vi passar
    por isso lhe conto meu amigo
    preste atenção, uma coisa vou cantar
A gente só dá valor às alegrias
    quando estamos na tristeza
    Só damos valor ao dinheiro
    quando estamos na dureza
    A gente só dá valor às máquinas
    quando não funcionam mais
    só damos valor à tranquilidade
    quando tanto fez, tanto faz
Quem não da valor ao que tem
    não merece ter nada de valor
    
    
  
Acenda as tochas
    deixe iluminar
    uma noite sem luar
Pra que de longe
    possamos ver
    onde um dia foi nosso lar
Os nativos, eles gostam de mim
    É como se eu fosse
    uma espécie de Deus
Mas se um dia minha magia falhar
    eles voltam a ser ateus
Toque os sinos
    deixe ressoar
    esperança pelo ar
Pra que de longe
    possamos ouvir
    e saber por onde voltar
A noite chega e faz muito frio
    e esperamos o inimigos chegar
Quando amanhece enterramos os mortos
    e continuamos a avançar
    
    
  
Sei que em busca do futuro
    podemos fazê-lo mudar
    Mas como eu saberia?
    Que decisão seria?
Qual caminho pela frente devo tomar?
Só que o tempo corre
    e batidas marcadas
    não sincronizam mais com o coração
Riscos são aceitos em vão
    como os riscos de criança
    pintando seus desenhos à mão
    não há limitação
Assim a sorte emana
    a coragem da natureza humana
    o amor nos consome
    e muitos não sabem
    o que é amar
    
    
  
Sem teoria, sem razão
    agindo apenas por intuição
    por vontade própria sigo em frente
    caminhando sem objetivo passo rente
Entre dois pontos: a linha reta
Sem ajuda, nem motivação
    superando as imposições
    uma voz interna persistente
    me faz continuar sempre em frente
Entre dois pontos: a linha reta
O traço que separa
    a menor distância
    sempre foi a linha reta
Traços que se cruzam
    espirais que circulam
    me tiram da linha reta
Durma agora, sonhe tranqüilo
    tente achar algum sentido
Vá seguir a linha reta
    sem garantir que é a certa
    parece tão simples...
Qual é a força e inspiração?
    De onde vem tanta determinação?
    Quando caio me levanto sempre
    bem mais forte sigo em frente
Entre dois pontos: a linha reta
O traço que separa
    a menor distância
    sempre foi a linha reta
Traços que se cruzam
    espirais que circulam
    me tiram da linha reta
O paradoxo entre o certo e errado
    escolha as armas e o seu lado
Vá seguir a linha reta
    é só querer e será a certa
    parece tão simples...
    
    
  
Quero ver a serra
    que por tempos encantou
    mas o homem e sua serra
    veio e desmatou
Quero verde perto
    se o encanto acabou
    só pedra no caminho
    e olha o que sobrou
Nada mais cresce
    só a lama desce
Tropical, húmida
    Heterogênea
    Latifoliada
    Mata devastada
    Higrófita, Caduca
    Perêne, Encosta
Nada mais cresce
    só a lama desce
Todos reclamando
    só quero conscientizar
    madeira acabando
    até quando esperar?
O verde da mata
    a serra desmatou
    o verde da bandeira
    também desbotou
Tropical, húmida
    Heterogênea
    Latifoliada
    Mata devastada
    
    
  
Era meio dia
    eu acordei e vi o meu fusca
    ele estava estacionado
    parado, ali embaixo
    na casa do amigo Naldo
Mesmo no Jóquei enchi o tanque
    no posto de um chegado
    saí rodando a lagoa
    Rebouças passei voado
    A Brasil passei danado
    Dutra nem vi passar
    Quando vi Paracambi
    já era Paulo de Frotin
Eu estava no alto da serra
    Mendes era o meu destino de menino perdido
    Que em menos de um minuto
    estava sentado ao lado
    da menina mais bonita
    Quentando um solzinho gostoso
Era segunda feriado
    (Sol, só amanha...)
    
    
  
Derrepente distância
    diferença regionais
    derrepente ignorância
    o estado das capitais
No nordeste a terra descansa em paz
    longe da Fortaleza não está mal
    João é uma Pessoa comum e feliz
    no horizonte tem as luzes de Natal
Dona Terezina vira pro lado
    e pergunta se seu São Luiz está bem
    Olhando na mesma direção cristã
    vendo o meninozinho de Belém
Eu procuro além dos Recifes
    eu só quero uma visão melhor
    Se não der de ver, de Aracajú
    vou ver se a vista é boa em Maceió
A negligência vem mais de cima
    Estado, Deus, país, tanto faz
    a esperança é o que sustenta
    e o improviso é um dito popular
A festa da raça e da tradição
    da cidade baixa subo de elevador
    Senhor do Bonfim, por favor olhe por mim
    vai ver me entendo em São Salvador
Em nome do pai e do Espírito Santo
    de Vitória ganho Minas Gerais
    terra fértil eu quero, mas um horizonte belo
    o sol nascente se põe em Goiás
De Cuiabá, Campo Grande
    posso ouvir tiros da caça animal
    mas o que vejo é a ameaça
    refletida nas águas do Pantanal
Derrepente um repentista
    a rima de improvisar bem
    sem querer um repentista
    faz prosa com o pouco que tem
Na Amazônia, Roraima, Acre, Rondônia
    índio faz canoa com poucos paus
    então alguma coisa errada, floresta devastada
    mas francamente que zona perto de Manaus
Pra atingir em cheio nosso coração
    Eu chego no Distrito Federal
    Uma vista honrada e privilégiada
    entendo agora porque o país esta mal
Passo por Curitiba e Floripa
    e navego o Rio Grande do Sul
    nas margens do lado, terra abençoada
    que diferença faz água e dinheiro
Derrepente um repentista
    espremida em uma nação
    por mais óbvio que for a rima
    unísono na mesma canção
Vasto e cinza e olhos ardendo
    por Congonhas entro em SP
    sei que há magia, mas não estou vendo
    por Guarulhos saio sem explicar porque
    Aporto no Rio, fico observando
    tá apertado entre a serra e o mar
    o que São Sebastião, não tinha noção
    já previa o Estácio de Sá
O problema que é muito grande
    tanto contraste não tem igual não
    do alto do morro e desse tamanho
    me deixe dar a minha observação
Meus brasileiros, minhas brasileiras
    hoje eu me dirigo a toda essa nação
    depois de toda a minha andança
    ví que o importante é manter o pé no chão
O que eu quero é o porque do improviso
    fiz a promessa do que eu vou encontrar
    com esperança a gente vai levando
    e o improviso...
É um dito popular!
Derrepente um repentista
    espremida em uma nação
    por mais óbvio que for a rima
    unísono na mesma canção
Derrepente um repentista
    a rima de improvisar bem sem querer um repentista
    faz prosa com o pouco que tem
    
    
  
Sei que na língua que aprendi
    há um termo para o que ainda não vivi
    Será que a ocorrência da ação é
    diretamente subordinada ao acaso ou não
Sim, existe mais de uma opção
    o que mudaria o verbo da oração?
    Logo se vê, advérbio indicando a situação
    define aí, a validade da ação
Modifique o verbo
    analise orações
    Indique circunstâncias
    sem classificação
Necessita significado
    e respectivamente
    Sujeito indeterminado
    sujeito inexistente
A valdade da ação; por acaso ou não?
Mas oração sujeito a modificação
    só no caso de ter mais de uma opção
    Seja como for, advérbio sem classificação
    A ocorrência da ação, por acaso ou não?
Advébio por acaso é integrante
    ocorrência e validade ele define
    pode ser, dada a a circunstância de que
    e se estamos aqui, foi por acaso sim