Assim como conhecer a história de um artista é importante para entender o que permeia seu sucesso e muitas vezes sua decadência, conhecer a história de sua gravadora é igualmente importante. Afinal de contas é a gravadora que lança e, muitas vezes, que molda esse artista (pelo menos no início da carreira).

Factory Records foi fundada em 1978 por Tony Wilson e Alan Erasmus. O que começou como uma balada se transformou em uma das gravadoras mais proeminentes da década de 80. A equipe era formada por excelentes profissionais, mas os pilares dessa equipe eram, além dos dois sócios, o produtor Martin Hannett, o empresário Rob Gretton e o designer Peter Saville.

O extenso catálogo conta com bandas como: Joy Division, New Order, Happy Mondays, A Certain Ratio, Durutti Column, OMD, Cabaret Voltaire, Section 25, Electronic, The Other Two e Revenge.

Tony Wilson foi excelente produtor e empresário, extremamente importante não só para a Factory mas também para a indústria musical como um todo. Mas a figura mais marcante e importante da gravadora foi Martin Hannett. Hannett foi um dos melhores e mais visionários produtores da época.

O primeiro álbum a ser lançado foi Unknown Pleasures de Joy Division (até então apenas singles e coletâneas). Os discos e singles da Factory, vinham com a numeração FAC1, FAC2, etc. Mas no número 51, não foi um álbum ou single, a Factory Records e o New Order, inauguraram a primeira casa noturna independente para lançar novas bandas alternativas no cenário, o Haçienda virou uma lenda na Europa! Todas as bandas que tocavam no Haçienda viravam a moda indie do momento, claro tudo isso sustentado ao custo de 10 mil libras por mês pagos pelo New Order que investia quase tudo que ganhava para apresentar as novas bandas alternativas.

A Factory teve um grande período de ascensão e Joy Division, New Order e Happy Mondays se tornaram as principais bandas da gravadora rendendo um lucro considerável. Mas como tudo que é bom dura pouco, a Factory passou por diversos problemas financeiros além de perder seu principal produtor, Martin Hannett.

Embora Hannett tenha se desentendido de uma maneira que parecia irreversível (chegou a processar seu sócio por falta de pagamento) se entendeu novamente com Wilson voltando a fazer parte da equipe. Mas infelizmente uma série de problemas, entre eles a situação financeira decadente e a morte de Hannett em 1991, culminaram no fim da Factory Records no ano seguinte.

Em 1994 a gravadora foi reaberta pelo próprio Tony Wilson, mas com o catalogo extremamente reduzido. A única banda da primeira fase que continuou foi Durutti Column. Entre 2006 e 2007, Wilson descobriu que tinha câncer fechando novamente as portas da gravadora. Em 2012 a LTM Recordings comprou a marca Factory Records e a incorporou como um de seus selos. O primeiro álbum produzido e lançado pela agora Factory Benelux foi o Dark Light, álbum novo de Section 25.

Beggars Group – Formada por vários selos, Beggars Group é hoje uma das gravadoras independentes mais importantes da Europa.

Beggars Banquet (nome original) começou em Londres no início da década de 70 como loja de discos. Em 1977, o crescente cenário Punk fez surgir a gravadora e a primeira produção foi um 7” da banda The Lurkers. Ainda no final da década de 70, a Beggars fechou contrato com Gary Numan e foi aí que a gravadora deslanchou e obteve grande sucesso.

Começando com bandas do cenário punk com o tempo passaram a seguir a linha do alternativo e além de Gary Numan, seu catálogo conta com artistas como: The Cult, Bauhaus, Peter Murphy (carreira solo), Bolshoi, Clan of Xymox, The The, Gene Loves Jezebel, Dead Can Dance, Colourbox, Cocteau Twins e Pixies.

Em 2008, a Beggars Banquet foi desativada ficando apenas responsável por relançar álbuns de algumas das bandas do antigo catálogo da gravadora. Foi aí que surgiu a Beggars Group, formada pelos selos 4AD (gravadora do X-Mal Deutschland, Dead Can Dance e o primeiro single Acid House da história, movimento puramente underground em seu início, com o single da banda M/A/R/R/S), Matador Records, Rough Trade Records e XL Recordings. Esses selos, além de responsáveis também pelo relançamento de parte do catálogo antigo, são responsáveis pelo lançamento de artistas como David Byrne, The Charlatans, Radiohead, Stereolabe, Basement Jaxx, White Stripes, Prodigy, Belle & Sebastian, The Libertines, The Strokes,The XX e Adele.