Martin Hannett nasceu em junho de 1948 e foi um dos principais produtores, além de ter sido um dos sócios também, da Factory Records. Conhecido como gênio e louco (os gênios sempre beiram a loucura, rs) se tornou uma lenda. Contribuiu imensamente para o crescimento de bandas de Manchester no cenário mundial. Ao longo de sua carreira produziu bandas como The Buzzcoks, Stone Roses, Joy Division, New Order, Happy Mondays, OMD, Section 25, Durutti Colum e até U2 no início de carreira, entre várias outras.

Seu trabalho como produtor se tornou conhecido quando produziu pela Rabid Records, em 1977, o EP Spiral Scratch da banda The Buzzcocks. Depois disso produziu outros artistas do cenário punk como John Cooper Clark , Slaughter and the Dogs e Jilted John.

Foi então em 1978 que Tony Wilson convidou Martin para fazer parte da Factory Records (recém fundada por ele). Coincidentemente o Joy Division tinha acabado de assinar contrato com a gravadora e o empresário deles, Rob Gretton, era um dos sócios. O primeiro LP produzido pela Factory foi justamente o Unknown Pleasures do Joy, lançado no ano seguinte. E foi aí que tudo começou de verdade.

Trabalhar com o Joy foi a oportunidade perfeita para a ascensão de Hannett. Podia fazer os experimentos que quisesse, pois a banda não argumentava e não fazia muitas perguntas, afinal eram inexperientes. Aproveitou todos os recursos digitais que dispunha (graças ao avanço digital do final da década de 70) para transformar em realidade todos os sons que tinha em sua mente, e para isso não precisava seguir regras nem padrões, Tony Wilson havia lhe dado carta branca.

Além de utilizar recursos como reverb e delay, Hannett também utilizava samplers de sons de vidro se quebrando ou de elevadores por exemplo. Nada excêntrico, rs. Também desenvolveu várias técnicas de bateria que colocaram as habilidades de Stephen Morris a prova (se eu explicasse cada uma delas esse texto teria várias partes, rs). Se ele não fosse o excelente músico que é e não tivesse a técnica que tem, teria sido impossível. Foi nessa atmosfera que produziu os dois álbuns da banda, Unknown Pleasures e Closer.

Com esse casamento perfeito de Martin Hannett e Joy Division, Martin mostrou ao mundo seu verdadeiro potencial, fazendo seu nome e deixando sua marca! As características do seu trabalho são tão marcantes que não é nem um pouco difícil perceber que foi ele quem produziu o primeiro álbum do New Order, o Moviment. É por esse motivo também que Moviment parece ser o terceiro álbum do Joy Division.

Em 1982 Hannett se desentendeu com Tony Wilson, principalmente por causa de problemas financeiros, e resolveu deixar a Factory e mover uma ação judicial. Mas no final das contas se entendeu com Wilson e voltou para a gravadora. Foi nesse período que começou a produzir a banda The Happy Mondays.

Como todo gênio, Martin Hannett era bem difícil de lidar e muito excêntrico. De acordo com um depoimento de Bernard Sumner, Hannett dizia que “você deve se encher de drogas, se trancar no estúdio e na manhã seguinte você vê o resultado. E assim continua até acabar”. Por causa do excessivo uso de drogas a convivência com Martin foi se tornando cada vez mais difícil e infelizmente passou a gravar cada vez menos. Até que, em abril de 1991, morreu de insuficiência cardíaca, aos 42 anos de idade.

Muitos tentam copiar suas técnicas até hoje, mas Martin era único e seu brilhantismo jamais poderá ser copiado. Infelizmente sua trajetória foi interrompida de maneira brusca, mas ele deixou sua marca na história da música.