Por sua grande importância na evolução musical, não se pode falar de Synthpop e suas vertentes citando apenas as bandas que tanto se desenvolveram neste estilo. Como os bastidores e aqueles que ficam por trás das mesas de som são tão importantes quanto aqueles que estão nos palcos (muitas vezes até mais importantes, dependendo da banda, rs), não há como não citar os grandes responsáveis pelos resultados, os produtores.

Nascido na década de 60 em Portland, no estado do Maine, Stephen Hague começou como tecladista e se tornou um dos maiores e mais influentes produtores de Synthpop da história.

Hague começou como tecladista de estúdio para artistas de diversos estilos, desde Rick Ocasek e Walter Egan até Dolly Parton e Gordon Lightfoot, e até mesmo para bandas como Suicide. Neste meio tempo formou a banda JULES AND THE POLAR BEARS, ainda como tecladista. Contribuiu com a produção dos dois primeiros álbuns da banda e pegou gosto pela coisa, percebendo que gostava muito mais dos bastidores do que dos palcos.

A partir daí, começou sua proeminente carreira de produtor.E diga-se de passagem, começou muito bem!Produziu o single "Madame Butterfly" do excêntrico Malcom McLaren. Designer de moda e empresário de Sex Pistols, McLaren caracterizou a moda punk juntamente com a designer, e então namorada, Vivienne Westwood.

Não demorou muito para ganhar notoriedade e foi com o trabalho seguinte que marcou sua estreia no Synthpop: o álbum Crush, sexto álbum de OMD. O trabalho com a banda se encaixou tão bem que além de produzir o álbum seguinte, o Pacific Age, contribuiu como tecladista em algumas faixas.
No mesmo ano produziu o primeiro álbum de Pet Shop Boys, o Please, além de ser um dos compositores de “Love Comes Quickly” (juntamente com Tennant e Lowe). Esta relação durou bastante e o Hague produziu vários trabalhos da dupla, entre eles “It’s a Sin” e “What Have I Done to Deserve This?”.

Mas um de seus trabalhos mais marcantes foi a produção do single de “True Faith”, além da coletânea Substance, do New Order. Stephen Hague foi incumbido de produzir algumas faixas para a coletânea que seria a responsável pela aceitação definitiva do grupo nos EUA. E deu certo! A banda havia desenvolvido apenas alguns elementos de som tanto para “True Faith” quanto para “1963”, mas estavam bem confusos e perdidos.

A colaboração do produtor foi imprescindível e o resultado todo mundo conhece, perfeito! Só o single alcançou o 4º lugar nas paradas britânicas e entrou para os Top 100 da Billboard. Colaborou em vários trabalhos de New Order, desde singles até álbuns, como “World in Motion”, “Round & Round”, Technique e Republic. Os integrantes tinham equipamento, talento e força de vontade, e Hague experiência, visão e talento de sobra.
O trabalho com os integrantes não parou por aí, o produtor também deu sua contribuição para Eletronic e The Other Two.

Ao longo de sua carreira, Stephen Hagues esteve ao lado de artistas como, Marc Almond, Jimmy Somerville, Erasure, Siouxie and The Banshees, A-ha, Pretenders, Peter Gabriel, James, Robbie Williams e Blur.

Sempre acompanhando a tecnologia, desde cedo aproveitou os recursos digitais disponíveis, ficando sempre um passo à frente. Infelizmente perdemos muitos dos melhores produtores da época mas felizmente ainda podemos apreciar seus trabalhos pois continua na ativa.