Boy George em seu estilo sempre New Romantic neste clipe está na fase dos cabelos cheios, cumpridos e vermelhos, radicalizando nas cores, como em todo o terceiro álbum do Culture Club, inclusive como capa do álbum.

Dirigido por Russell Mulcahy, que também criou Video Killed the Radio Star dos Buggles (o primeiro videoclipe exibido na MTV), e tem no seu extenso currículo bandas maravilhosas como o Human League, e ícones New Romantics como Spandau Ballet, Talk Talk, Duran Duran, Ultravox e até com Taylor Dayne no final dos anos 80. Enfim um gênio da geração New Romantic. A melhor escolha para dirigir um clipe de uma música marcante do movimento New Romantic, com uma forte crítica política e social.

O clipe mostra retratos de como a Guerra é Estúpida. The War Song (A canção da Guerra) é uma música que emociona, descreve as mazelas da guerra, fala de como as pessoas não tem amor umas com as outras, como são mesquinhas, não gostam de dividir nada e não toleram as diferenças o que na maioria vezes leva a guerras imbecis entre os homens.

O videoclipe inicia com crianças falando que a guerra e estúpida em espanhol, logo aparece uma contagem regressiva e um desfile que mostra que há coisas no mundo muito mais importantes além de moda. De fundo no videoclipe as sombras de soldados na guerra e modelos em seus estilos New Romantics desfilam com capacetes, crianças com armas brincam em meio a escombros da guerra, como se já fossem desde a infância ensinadas para a cultura da guerra, momento muito marcante, em um ambiente de prédios destruídos como pano de fundo do videoclipe.

No clipe há imagens da Bomba de Hiroshima, momento único no mundo que até hoje após lembrarmos deste fato nos emocionamos e nos fazem pensar de como as pessoas realmente são estúpidas e não tem amor próprio. A professora na escola escreve no quadro "War is Istupid" ensinando as crianças que a guerra é estúpida e que devemos amar e respeitar a todos, as crianças dançam a música felizes, um menino acorda assustado com pesadelos sobre a guerra e a partir daí dá-se um ritmo diferente à música, uma bateria como se fosse uma marcha, e imagens de bombas explodindo, crianças correndo para se protegerem e homens lutando sem parar, uma voz feminina maravilhosa de fundo canta a dor da guerra, logo após temos as crianças dançando, usando roupas de soldados e os soldados fazendo uma coreografia de paz.

Por fim, Boy George caminha a frente de um tanque de guerra com cabelos negros, soltos e muito armado todo de preto e sua maquiagem impecável e depois ele com centenas de crianças vestidas de caveiras representando a morte, cantam e dançam com os braços para cima em um gigante protesto contra a guerra, ou melhor, lutando pela paz.

Bárbara Tomaz