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"Life moves really fast. If you don´t stop to look around once in a while, you can miss it". Ou, para quem viu a versão dublada na sessão da tarde: "A vida passa muito depressa. Se não paramos para curti-la, ela escapa por nossas mãos". Em "Curtindo a Vida Adoidado", o protagonista Ferris Bueller consegue um dia perfeito: matar aula com a namorada e o melhor amigo para passear pela cidade numa Ferrari e... fazer o quê? "A pergunta não é o que vamos fazer, mas o que não vamos fazer". Eles só fazem coisas legais, de um jeito que causa inveja a qualquer adolescente - e, mais ainda, a quem há tempos já saiu da escola. Carpe Diem! O filme começa com Ferris Bueller, canastrão, fingindo que está doente para não ir à escola. E o pior é que funciona (para a raiva da irmã, Jeanie Buller). Em seguida, ele dá a receita, que aparece na tela enquanto ele fala: FAKING OUT PARENTS (enganando
os pais) Ferris justifica: "É infantil e estúpido, mas... a escola também é", e começa a pôr seu plano em prática. Logo no começo, conhecemos o vilão da história: o diretor da escola, Ed Rooney. Ele tem uma idéia fixa: pegar Ferris matando aula - afinal, era a nona vez que ele ficava doente naquele semestre! Uma das cenas mais engraçadas é quando Rooney recebe a ligação de George Peterson, o pai da aluna Sloane. Com uma voz arrastada, ele pede que a filha seja liberada das aulas, por causa da morte da avó. Ahá! Acostumado com as tramas de Ferris, Rooney é mais esperto, e logo percebe que na verdade é o próprio garoto está ao telefone, tentando livrar a namorada de um dia de aula. E resolve tratá-lo como tal, com o seguinte argumento: "sim, senhor. Traga o corpo da sua sogra, e liberamos a sua filha". Mas em seguida, a secretária recebe outra chamada, e começa a chamar a atenção do diretor, em pânico: "Ferris Bueller... está na outra linha!". Corta a cena, e aparece Cameron ao telefone, como o senhor Peterson, enfurecido. E o diretor Rooney do outro lado da linha, em desespero. O filme está cheio de cenas hilárias e de referências à cultura dos anos 80. Lembra da Ferrari? Quando Ferris, Cameron e Sloane deixam o carro em um estacionamento para passear pela cidade, o sujeito suspeitíssimo que cuidaria do carro também resolver dar uma de Ferris, e leva a Ferrari para dar um passeio. No meio do filme, aparece ele e um amigo "decolando" com o carro em uma subida, ao som da música-tema de Star Wars. No quarto de Ferris, há um enorme poster de "Don´t you forget about me", clássico do Simple Minds (que você sempre ouve nas festa do Autobahn), música que já havia sido usada em outro filme do diretor - "Clube dos Cinco" (Breakfast Club, de 1985). Mas a cena que ficou pra história é a de Ferris, durante a parada de Chicago, cantando "Twist and Shout" (Beatles). Essa nem precisa de explicação, não é? Lembra do grupo de negros dançando coreografado na escada? Não? Então você precisa ver o filme de novo (já saiu em DVD!). Curtindo a Vida Adoidado é um clássico. E hoje parece ser ainda mais válido do que em 1986, quando foi lançado nos cinemas. Tudo bem, leitor - você não tem mais 17 anos, e nem eu. Mas é impossível não querer viver como Ferris e não se identificar pelo menos um pouquinho com o desengonçado Cameron Frye. Ao longo do filme, o personagem vai mudando, tem uma crise catatônica (que, no fim, era só enganação) e termina mais confiante, sem medo de enfrentar o pai. E o mais importante: Cameron fica menos estressado, e mais feliz. "Foi o melhor dia da minha vida". Ao rever o filme, de bloquinho na mão, senti a mesma coisa. Somos todos como Cameron, querendo ser Ferris. É como um chacoalhão: "Viva! Não leve tudo tão a sério! Or you will miss it". Ferris Bueller é Mathew Broderick, no começo
de carreira e em um de seus melhores papéis (se não for
o melhor de todos), pelo qual foi indicado ao Globo de Ouro de melhor
ator de comédia. Quem faz Cameron é Alan Ruck, que já
tinha 30 anos quando aceitou o papel. O roteiro e direção
são de John Hughes, o mesmo de "Garota de Rosa Shocking",
"Antes Só do que Mal Acompanhado", "Alguém
Muito Especial" e, é claro, "Clube dos Cinco". Uma
das características de Hughes é sempre caprichar na trilha
sonora. |
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Frases muito legais de Ferris: "I asked for a car, I got a computer. How's that for being
born under a bad sign?" Para Cameron: "You killed the car." Veja também
- artigos sobre a trilha sonora e bandas relacionadas ao Filme, |
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